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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 31, 2015

Com tecnologia, agora o Brasil produz submarinos nucleares e grandes petroleiros

Submarino Nuclear BrasilVamos começar com o Almirante Othon Silva.

O Brasil é o terceiro maior produtor de urânio do mundo e não pesquisou ainda metade de seu território.

O Almirante Othon Silva é Presidente da Eletronuclear, que administras as usinas nucleares Angra I, II, III e vai construir outras.

A energia nuclear é mais barata que a térmica, hoje usada na escassez de chuva.

Mais jovem, Othon desenvolveu um sistema próprio, brasileiro de enriquecer e beneficiar o urânio.

Por causa dele e sua equipe de engenheiros militares brasileiros, anônimos como ele, a Marinha construiu em Aramar (SP), uma unidade de enriquecimento de urânio.

No começo de seu primeiro Governo, Lula foi a Aramar e testemunhou que o trabalho estava parado.

Toda a tecnologia desenvolvida, todo o conhecimento que que os brasileiros acumularam iam se perder.

Por que ?

Porque o Governo Fernando Henrique não mandava dinheiro.

Esvaziou a fonte de recursos, como fazia, sistematicamente, com a Petrobras.

Enfraquecer para fechar – ou vender – era a estratégia silenciosa.

Ia tudo para o lixo: o conhecimento e o urânio enriquecido.

Lula chamou seu “Ministro” da Marinha e disse: toca, porque eu vou mandar dinheiro pra cá.

Em Itaguaí, perto de Angra, também no litoral do Rio, no momento há 6 000 trabalhadores – brasileiros ! –  na construção do estaleiro e base naval do PROSUB, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos.

São brasileiros do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do Rio, de São Paulo, de Minas – treinados e contratados pela Odebrecht, responsável pelas obras.

Cingapura, que é do tamanho do ABC paulista, tem seis submarinos.

O Brasil tem sete !

O mais novo é de 2002, da classe Tikuna, com tecnologia alemã, convencional, movido a energia diesel-elétrica.

O Brasil fez um acordo com a França para construir submarinos.

Contratou quatro a diesel-eletrica.

A partir do segundo – o primeiro está quase pronto -, brasileiros assumem o projeto, porque fez parte do acordo que os franceses entregariam os códigos fonte: ou seja, o Brasil se apropriará da tecnologia.

Simultaneamente, o Brasil contratou com a França construir um submarino a propulsão nuclear.

A França faz o primeiro.

O Brasil fará os outros, a partir do segundo.

Mas, já no primeiro, movido a energia nuclear, o Brasil entregará pronto, fechado, lacrado, o compartimento do submarino que conterá o urânio enriquecido, porque é tecnologia própria, intransferível, made in Brazil – a do Almirante Othon Silva.

E o Brasil se tornará um fabricante de submarinos movidos a energia nuclear.

O Brasil estará no time dos Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra.

Ou seja, entrará para o Conselho de Segurança da ONU sem ser !

Num dos últimos comícios da campanha de 2002, Lula foi ao estaleiro Verolme, em Angra dos Reis.

Estava às moscas.

Os trabalhadores, de braços cruzados.

Crescia capim no chão da fábrica.

A Petrobrax de Fernando Henrique tinha acabado de comprar uma plataforma continental em Cingapura, porque o jenio que presidia a Petrobrax considerou que seria do “interesse nacional” de Cingapura comprar lá, porque era 5% mais barata do que uma feita aqui, com trabalhadores brasileiros.

Lula prometeu que uma das primeiras decisões de seu Governo seria cancelar a compra em Cingapura.

Assim, renasceu a indústria da construção naval brasileira, que Fernando Henrique ia fechar.

E a indústria da construção naval, com a de navipeças, em pouco tempo empregará mais brasileiros que a indústria automobilística.

E quem é o maior comprador da indústria naval brasileira ?

A Petrobras.


E o Brasil será o maior fabricante de plataformas de exploração de petróleo do mundo !

O Almirante Othon Silva, os submarinos a energia nuclear, a indústria de construção naval – tudo isso tem a ver com que ?

Com o pré-sal !

O pré-sal que o Lula decidiu explorar sob o regime de partilha.

Porque o Fernando Henrique retirou dinheiro de Aramar e ia fechar a indústria da construção naval ?

Porque o entreguismo do Fernando Henrique tem uma lógica !

Hoje, trava-se uma nova batalha pelo controle do pré-sal e, com ele, a destinação de recursos à Educação e à Saúde.

A eleição é sobre a Petrobras.

É a mesma guerra desde 1954, quando, em 1954, Getúlio deu um tiro no peito para preservar a Petrobras.

Toda eleição no Brasil é sobre a Petrobras.

Fernando Henrique não queria enriquecer o urânio, não queria construir submarinos a energia nuclear e é a favor do regime de concessão para explorar o pré-sal.

FHC rasgou uma tradição da política externa brasileira, que vinha desde o grande presidente João Goulart: não assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o TNP, porque a diplomacia brasileira – quando soberana –  considerava uma discriminação dos que “tinham” bomba atômica, contra o que “não tinham” – “have and have not” – na expressão do embaixador Araújo, na ONU.

(Castro foi chanceler de Jango e, por isso, perseguido pelos militares.)

O rico queria condenar o pobre à inanição tecnológica.

Fernando Henrique assinou o TNP.

(Fernando Henrique sempre achou que o Brasil não deveria postular um assento no Conselho de Segurança da ONU. Que o Brasil tinha outras prioridades…)

O entreguismo tem uma lógica.

É a lógica de entregar o interesse nacional aos outros.

Porque o entreguista não acredita no Brasil, no trabalhador brasileiro.

O entreguista precisa desesperadamente entregar a Petrobras.

Porque a Petrobras é o interesse nacional.

A Petrobras é trilho por onde se desenvolverá a futura indústria nacional.

Por isso é necessário destrui-la.

(“Eles não podem permitir que o PT administre o pré-sal”.)

Destruir a Petrobras é o que quer o imaculado Senador Alvaro Dias: destruir a Petrobras para destruir a Dilma !

Paulo Henrique Amorim no Camping Digital do PT

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