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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 29, 2015

Casa Branca vai pedir a Congresso que permita envio de detentos de Guantánamo para EUA

Casa Branca vai pedir a Congresso que permita envio de detentos de Guantánamo para EUA


Prisão militar fica em base naval em Cuba; Washington anunciou retirada ilha de lista de países que não tomam ações suficientes para combater tráfico de pessoas.

 
Prisão de Guatanamo - Cuba. Foto:Wikicommons 
A Casa Branca enviará ao Congresso uma proposta que prevê que os 116 detentos encarcerados em Guantánamo sejam transferidos para os EUA, informou Lisa Monaco, assessora de Segurança Nacional do presidente Barack Obama.

O projeto, anunciado no domingo (27), e divulgado pela agência Reuters, vem em meio aos esforços da administração Obama pelo fechamento da prisão militar norte-americana em Cuba e foi uma das principais bandeiras eleitorais do mandatário durante sua primeira campanha à presidência.

Segundo Monaco, Washington vai intensificar as transferências de 52 detidos liberados para recolocação em outros países. A ideia é que os demais presos sejam levados para prisões militares ou de segurança máxima dentro dos EUA para julgamento.

Muitos dos detidos em Guantánamo estão encarcerados há anos sem acusação formal e sofrem maus tratos e torturas. Para diversos grupos de direitos humanos internacionais e governos progressistas, as condições precárias da base militar controlada pelos EUA na ilha liderada por Raúl Castro é uma vergonha internacional.

Apesar disso, espera-se uma forte resistência dos republicanos no Congresso. A atual legislação em vigor no país proíbe a transferência de presos de Guantánamo para instalações norte-americanas. No ano passado, o Uruguai recebeu seis prisioneiros na condição de “refugiados”.



No domingo (26), Havana exigiu mais uma vez a devolução de Guantánamo, bem como o fim do embargo econômico contra a ilha, durante as comemorações do Dia da Rebeldia. No ato — que marcou os 62 anos do início da revolução com ações da guerrilha liderada por Fidel Castro no Quartel Moncada — o governo cubano reforçou que essas demandas são fundamentais para a retomada integral das relações bilaterais com os norte-americanos.



Tráfico de pessoas

O Departamento de Estado norte-americano retirou nesta segunda-feira (27) Cuba de sua lista de países que não tomam ações suficientes para combater o tráfico de pessoas, reportou a Agência Efe.

Com a atualização do relatório anual do órgão, Havana não sofrerá mais com a imposição de sanções, como o congelamento da ajuda não humanitária e não comercial, que era submetida ao menos desde 2003.


Apesar da decisão, Washington manteve nessa lista países como Venezuela, Rússia, Irã, Síria e Coreia do Norte. A partir de agora, Cuba aparecerá na categoria "observação especial", em que também constam nações como Bolívia, Costa Rica, Haiti, Jamaica e China.
*http://www.brasildefato.com.br/node/32510

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