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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 09, 2013

BRASIL NA OBSCURIDADE: MARINA SILVA EMPOLGA EVANGÉLICOS COM ADESÃO AO PSB

malafiaSe você acha que o poder obscurantista dos evangélicos é muito grande no governo de Dilma Rousseff (PT), imagina o que vai ser se uma evangélica como Marina Silva (ex-PT, PV, Rede e agora PSB) estiver na vice-presidência da república.

Seria praticamente o começo do fim do estado laico no Brasil. As políticas seriam determinadas ou no mínimo respaldadas pelo poder dos pastores mais retrógrados. Veja que esta não é uma questão de religião, mas de política.

Marina Silva já saiu recentemente em defesa de Marco Feliciano (PSC), quando este atacou as relações homoafetivas. Para ela, Marco foi injustiçado porque era evangélico. Deus! Em notícia recente, a Rede de Marina coletou assinatura nas passeatas anti-gays do pastor Silas Malafaia. Há também inúmeros ataques desses grupos a negros, católicos e mulheres.

Imagina tudo no Brasil que promove direitos sociais, religiosos, humanos, afetivos, de mulheres e de negros esbarrar nesse tipo de discurso do preconceito evangélico.

O Brasil tem agora a chance de retroceder aos períodos mais obscuros da Idade Média e se igualar aos países teocráticos do oriente. Seria a vitória da política do ódio.

*Educaçãopolitica


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