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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 10, 2015

Donald Tusk: União Europeia não promove uma política contra a Rússia

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Foto de arquivo. Donald Tusk

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, declarou nesta sexta-feira, em nota oficial, que a União Europeia não promove uma política contra a Rússia.

Nas suas palavras, “a política europeia visa manutenção da paz e das fronteiras na Europa, e, como tal, exige e continuará exigindo vítimas”. O texto explica que a União Europeia precisa manter essa diretriz pelo fato de “a segurança e os valores fundamentais europeus estarem ameaçados”, e lamenta que, para isso, países como a Letônia precisem, às vezes, pagar preços demasiado altos.
Tusk destacou que a presidência da Letônia no Conselho da União Europeia se dá em tempos difíceis, repletos de sérios problemas internos e externos que precisarão ser solucionados no decorrer dos próximos meses.
Um desses problemas, segundo explica o comunicado, reside na vizinha oriental da Europa e no fato de o conflito armado ter voltado a assolar o continente europeu no ano passado. Nas palavras de Tusk a “integridade territorial e a soberania devem continuar sendo os princípios indiscutíveis que sustentam a segurança europeia do pós-guerra”. Ele continuou dizendo que “a União Europeia deve se manter unida nas questões de defesa, solidariedade, liberdade e democracia”.
Na opinião do presidente do Conselho Europeu, a Letônia é um país ideal para normalizar as relações da União Europeia com a Rússia e os vizinhos orientais. Nesse sentido, Tusk destacou que a presidência da Letônia no Conselho da União Europeia, durante o primeiro semestre de 2015, será ativa, eficiente e produtiva.
O Conselho da União Europeia constitui a principal instância de decisão da União Europeia. Sua presidência é assumida de forma rotativa, de 6 em 6 meses, pelos países-membros do bloco econômico. A atual presidência do Conselho da União Europeia foi assumida pela Letônia em 1º de janeiro de 2015.

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