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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 11, 2015

Drogas são instrumento dos EE UU para criminalizar os pobres

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El analista político estadounidense Noam Chomsky opina que la guerra contra las drogas en EE.UU. es "un fraude total" y fue utilizada principalmente para criminalizar a las minorías raciales.
Hay cosas que "la clase dirigente blanca liberal no quiere que formen parte de la historia", afirmó Chomsky en una conferencia con estudiantes sobre los logros del movimiento estadounidense por los derechos civiles. Uno de esos aspectos se refiere a la criminalización de la vida de las personas pertenecientes a la raza negra.  

"El movimiento de los negros llegó a su límite en cuanto se convirtió en un asunto de clase", indicó el analista y explicó que la clase media de minorías raciales representaba cierta amenaza para la hegemonía blanca. Por lo tanto, a finales de los años setenta las autoridades empezaron a 'reaccionar' con la "reinstitución de la criminalización de la población negra". 

Chomsky subraya que "el instrumento que se utilizó para recriminalizar a la población negra fueron las drogas". "La guerra contra las drogas es un fraude, un fraude total. No tiene nada que ver con las drogas. […] En lo que ha sido exitosa la guerra contra las drogas es en criminalizar a los pobres. Y los pobres en EE.UU. resultan ser en su mayoría negros y latinos", indica el analista estadounidense.  

Chomsky incluso llegó a calificar la guerra contra las drogas como "una guerra de razas". "Es una guerra de razas. Casi en su totalidad; desde el principio, las órdenes dadas a la Policía de cómo lidiar con las drogas fueron: 'No hace falta ir a los suburbios y detener al corredor de bolsa blanco que esnifa cocaína por la tarde, sino que hay que ir a los guetos, y si un chico tiene un porro en su bolsillo, meterlo en prisión'. Así que todo empieza con la acción policial, no de la propia Policía, sino de las órdenes que se les dan", subraya el experto.   

"La población negra ahora está en condiciones de empobrecimiento y privaciones extremadamente graves, por lo que si nos fijamos en los últimos 400 años de la historia de EE.UU., hay solo 20 o 30 años de relativa libertad para representantes de esa raza. Y eso es una cicatriz real en la sociedad", asegura Chomsky. 
 
El analista concluyó que aunque no se puede negar "el gran logro del movimiento por los derechos civiles" del país, no hay que pasar por alto el hecho de que "puso en marcha fuerzas que podrían tratar de revertir cambios conseguidos con el fin de defender los privilegios de clase”.  

*http://actualidad.rt.com/actualidad/view/116580-chomsky-drogas-negros-eeuu-criminalizar

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