Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 08, 2015

PORTAS ABERTAS PARA O TERRORÍSMO!: FRANÇA PAGA ALTO PREÇO POR SUAS POLÍTICAS CONTRADITÓRIAS

 

 

 por Eduardo Bueres

A despeito de suas tradições libertárias que influenciaram positivamente o mundo, a velha França da era colonial deixou para os dias de hoje um fardo de dividas e feridas abertas que nunca foram bem tratadas e saradas.

Hollande visita o local do atentado em Paris, em 07.01.15.É a imagem do líder fracassado, sem força, sem personalidade e sem carisma.

A atuação pífia de lideres do estilo de François Hollande, que se presta a colocar o seu país no papel de  'correia de transmissão' dos interesses econômicos e estratégicos das anglo potências guerreiras do ocidente, especialmente no Norte da África e Oriente Médio, coloca hoje a emblemática e bela Paris, na rota de coalizão com o sentimento de vingança e com a ira insana dos povos que se sentem ofendidos em nível territorial, moral e religioso pelos lideres francos. 

  

Mesmo politicamente dividida como uma maçã, boa porção da população elegeu um líder de esquerda, que age de maneira confusa, como se seguisse o programa e a plataforma da direita; como se não bastasse, fizesse questão de ser subserviente aos ditames da super Alemanha unificada que, magistralmente, dominou em nível econômico  - e da as ordens - a Zona do Euro, sem disparar um tiro. 

  

A França do pós-guerra e da era do Euro, continuará sendo durante o século XXI, um país altamente contraditório e dividido bem no meio entre os que pensam com a extrema direita e os que vibram em nível eleitoral com a centro-esquerda. A verdadeira esquerda francesa, envelheceu, virou um gueto; hoje habita os cafés e contempla os outros movimentos, despossuída da antiga mítica, da força e do vigor da conspiração.

A islamofobia que varre a Europa, é uma porta aberta para a violência

Os senhores da Sorbonne já cansaram de  ensinar que estes são alguns dos fatores de um conjunto de outros, que leva tanto o público e atores políticos internos e externos a descrença. A descrença é uma das vias preferenciais da barbárie.


Todas as formas de terrorismo são abomináveis, não há nada que justifique a selvageria que agride e golpeia todas as conquistas civilizatórias produzidas pelo conjunto da humanidade. Uma única vida humana perdida para o ódio movido pela intolerância religiosa, cultural ou política, desinquieta e desarmoniza o planeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário