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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 30, 2015

Polícia prende gerente de gráfica de Valdemiro por furto de água

Empresa pertence à bispa Franciléia
e ao seu marido apóstolo Valdemiro
O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), do setor de crimes patrimoniais, prendeu em São Paulo, no Brás, Jorge Alves Lisboa, 47, sob a acusação de que a gráfica WS Music, a qual ele gerencia, furta água da Sabesp.

O gerente foi solto após pagar fiança de dez salários mínimos. Ele alegou desconhecer o furto.

De acordo com a Junta Comercial, a gráfica está em nome do apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira, chefe da Igreja Mundial, e de sua mulher bispa Franciléia de Castro Gomes de Oliveira. A empresa tem cerca de 100 funcionários.

Os policiais constataram que a gráfica tinha encanamento ligado diretamente à rede de distribuição de água, na rua, sem passar por um relógio aferidor de consumo. 

Na estimativa de técnicos da Sabesp, a WS Music utiliza grande volume de água porque opera máquinas que precisam de resfriamento. Apesar disso, a gráfica vinha pagando a taxa mínima havia seis meses.

No site da gráfica, há à venda livros e CDs de Valdemiro, além de outros produtos, como Bíblia.

A Mundial passa por forte crise financeira, com dificuldade, inclusive, de pagar o aluguel de alguns de seus templos. 

A situação da igreja piorou quando a concorrente Universal começou a combatê-la, ocupando seus horários na TV.



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