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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Um coronel perigoso

Um coronel perigoso
Comandante do Bope é exonerado por apologia ao nazismo
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, exonerou na segunda-feira 5 o coronel Fábio de Souza, comandante do Batalhão de Choque. A decisão ocorreu após a revelação de um inquérito da Corregedoria-Geral da PM no qual o oficial é acusado de incitar a violência policial contra manifestantes durante os protestos ocorridos em 2013. Além disso, em mensagens de celular, ele e outros policiais atacavam o tenente-coronel Márcio Rocha, ex-comandante do Choque, cuja residência foi atingida por 14 tiros em janeiro de 2014.
Em uma das mensagens trocadas pelo aplicativo WhatsApp, o coronel vangloriava-se por ter atingido um black bloc pelas costas com uma bomba de efeito moral. Em outras, Souza e seu grupo faziam clara apologia ao nazismo. “Viva a raça sem defeitos”, “Padrão Alemanha de 1930”, “Coronel Fábio pela instauração do Reich!”, “É a vontade do Fuhrer!” Diante das revelações, o desembargador Siro Darlan ponderou que os manifestantes que utilizaram táticas violentas podem ter agido em legítima defesa. “Eles usavam fogos de artifício para se defender.”
Fonte: Carta Capital
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