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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 01, 2015

Ministério Público Suiço vem ao Brasil entregar provas do Trensalão Tucano


O procurador geral do Ministério Público da Suíça, Michael Lauber, juntamente com outros membros da instituição, virão ao Brasil entre os dias 15 e 17 de março para entregar provas e documentos sobre o Cartel de Metrô do governo Tucano em SP
Por Redação
A cúpula do Ministério Público da Suíça desembarca no Brasil no início da semana que vem para debater uma maior cooperação nas investigações relacionadas à Alstom e à suspeita cartel dos trens de São Paulo, além de um aprofundamento da cooperação no caso da Petrobras. A missão dos suíços entre os dias 15 e 17 de março será liderado pelo procurador-geral da Confederação, Michael Lauber.
O encontro em Brasília ocorre dias depois que o MP conseguiu repatriar R$ 182 milhões em nome de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras. O tempo relativamente curto entre o início da operação e a obtenção do dinheiro, porém, ocorreu graças ao fato de que não houve oposição à repatriação.
Mas o MP brasileiro quer acelerar acima de tudo o envio dos extratos e detalhes das contas de cada um dos envolvidos no esquema relacionado com ex-funcionários da Petrobras.
Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, o MP suíço confirmou que abriu uma “investigação penal” em relação às suspeitas relacionadas com os ex-funcionários da Petrobras. Além do dinheiro de Barusco, cerca de US$ 23 milhões em nome do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, também estão bloqueados.O procurador geral do Ministério Público da Suíça, Michael Lauber, juntamente com outros membros da instituição, virão ao Brasil entre os dias 15 e 17 de março. O objetivo é estabelecer uma maior cooperação nas investigações referentes ao aso Alstom e sobre o cartel de trens de São Paulo.
O Brasil vem tentando desde o ano passado transferir os processos de investigação criminais contra a Alstom, o que na prática possibilitaria ao acessos a documentos e detalhes das contas bancárias dos envolvidos e que hoje encontram-se bloqueadas por decisão judicial.
Em 2014, a Polícia Federal indiciou 33 pessoas suspeitas de envolvimento com um cartel que atuava junto ao setor metroferroviário de São Paulo que teria atuado entre 1998 e 2008. Na ocasião os governadores de São Paulo eram Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos pertencentes aos quadros do PSDB.
A reunião da cúpula dos procuradores dos dois países acontecerá poucos dias depois do Brasil conseguir a repatriação de R$ 182 milhões que estavam depositados em contas na Suíça em nome do ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco. Segundo o jornal Estado de São Paulo, o Ministério Público da Suíça confirmou ter aberto uma investigação para apurar suspeitas ligadas a ex-funcionários da estatal.

*http://portalmetropole.com/2015/03/ministerio-publico-suico-vem-ao-brasil.html

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