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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 19, 2015

‘Voto de cada brasileiro passa a ter o mesmo peso’


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Segundo João Ricardo Costa, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), decisão do Supremo Tribunal Federal de vetar o financiamento privado de campanhas “é a melhor notícia que o Judiciário poderia dar à sociedade brasileira para combater à corrupção no País”; para a entidade, que representa 15 mil juízes em todo o País, a medida resgata o valor das urnas: “O voto de cada brasileiro passa a ter o mesmo peso”
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a maior entidade da categoria, saudou a decisão do Supremo Tribunal Federal de vetar o financiamento privado de campanhas. “É a melhor notícia que o Judiciário poderia dar à sociedade brasileira para combater à corrupção no País”, afirma o presidente da associação, João Ricardo Costa, em nota divulgada nesta quinta-feira.
Segundo ele, a decisão resgata o valor das urnas. “O voto de cada brasileiro passa a ter o mesmo peso”, diz, em entrevista ao ‘Estado de S. Paulo’. “De longe, a maior fonte de arrecadação para a corrupção vem de empresas privadas. Essas empresas não fazem filantropia, são corporações interessadas em influir nos rumos da economia e articular regras que lhes sejam favoráveis”, acrescenta Costa, à frente da entidade que representa 15 mil juízes em todo o País.
Por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal decidiu nesta quinta-feira 17 que fica proibido doações de empresas para campanhas. Divergência foi dos ministros Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello, que votaram contra a ação apresentada pela OAB. O julgamento começou em 2013, mas foi suspenso em abril do ano passado com um pedido de vista de Gilmar, que segurou o caso por um ano e cinco meses. Agora a presidente Dilma Rousseff poderá vetar a reforma política do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na semana passada autorizou as doações empresariais (leia aqui).


Leia a matéria completa em: 'Voto de cada brasileiro passa a ter o mesmo peso' - Geledés http://www.geledes.org.br/voto-de-cada-brasileiro-passa-a-ter-o-mesmo-peso/#ixzz3m9RTVesY 
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