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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 18, 2015

Derrubar a Dilma, “ouvir o Lula na PF” e … silênciar sobre a oposição

 
EXCLUSIVO

Derrubar a Dilma, “ouvir o Lula na PF” e … silênciar sobre a oposição

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Derrubar a Dilma, “ouvir o Lula na PF” e … silênciar sobre a oposição
14/09/2015


Cresce cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação.
Riscos internos e externos. Internos porque, passado down e perplexidade virá a realidade: conta gigantesca, e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome.
Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba.
Se não for ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes.
A cada mês tem mudado o motivo para pedir o impeachment. Do motivo "moral", a corrupção, à óbvia incompetência e mediocridade em ações do governo.
A "moralidade" é caolha, de ocasião. Nunca persistiu na investigação a megaescândalos da oposição. Silencia, esconde ou encolhe delações e acusações contra líderes da oposição.
"Mensalões". O do PT está nas manchetes há 10 anos, e deu cadeia. O do PSDB dorme numa gaveta em Minas.
"Zelotes" e "Contas Secretas do HSBC" são escândalos do agora. De megaempresas e milionários, escândalos estimados em R$ 38 bilhões.
Investigações? Manchetes? Panelas? Indignação moral? Não. Silêncio. No Metrô de São Paulo, em governos do PSDB, roubaram R$ 1 bilhão.
Última Notícia... Não há acusação contra altos executivos da CPTM, ou dos governos tucanos... Deve ter sido coisa do maquinista ou da bilheteira.
O impeachment depende de Eduardo Cunha, para quem o procurador pede 184 anos de prisão. Há dias, a Câmara de Cunha aprovou a ocultação das doações de campanha.
"Delegado da Polícia Federal quer ouvir Lula". Segundo o próprio delegado "não existem provas contra Lula". Mas isso garante manchetes desmoralizantes no fim de semana.
Manchete dessa segunda: PSDB já discute sua participação no eventual governo Temer.
Imposta a hegemonia na narrativa midiática para multidões, se tenta intimidar quem ouse questionar tanta moralidade caolha, tanto silêncio e tanta bandeira.
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