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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 12, 2015

Papa Francisco pede o fim do Capitalismo e nova ordem social

Freira se emociona com a chegada de Francisco à Praça de São Pedro
O Papa Francisco pediu nesta quarta-feira às autoridades de todo o mundo que se comprometam a criar “uma nova ordem social para quebrar o círculo vicioso da família e da pobreza” que afeta muitos países
Por Redação
Ao fazer o pedido durante a audiência geral de quarta-feira na Praça de São Pedro, o Papa lamentou o sistema econômico vigente que “se especializou no gozo dos bens individuais, e que explora amplamente os laços familiares.”
O pontífice falou aos milhares de peregrinos que participaram da audiência sobre a pobreza que assola muitas famílias “nas periferias das grandes cidades e em algumas áreas rurais”, onde “é exacerbada pela guerra, mãe de todas as pobrezas, predatória de vidas, almas e afetos mais queridos”, acrescentou.
“A pobreza coloca à prova a família e a torna mais vulnerável”, disse ele.
“Muitas famílias tentam viver com dignidade, contando com a bênção de Deus, tornando-se assim uma verdadeira escola de humanidade para salvar a sociedade da barbárie”, reconheceu.
“Mas este reconhecimento não dispensa-nos de nossa obrigação de assegurar, através de oração e ação, que não falte a ninguém pão, trabalho, educação e saúde”, insistiu.
“A Igreja mãe não deve nunca se esquecer este drama de seus filhos. Ela também é chamada a ser pobre, praticando a simplicidade em suas vidas, para que se torne fértil e capaz de responder a tal miséria”, disse ele.
“Peço a Deus que sustente as famílias submetidas à prova da pobreza, para que elas possam permanecer no mundo sendo lugar de acolhida e escola de verdadeira humanidade. Que Deus os abençoe”, concluiu. [AFP]
*portalmetropole

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