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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 05, 2015

Corveta brasileira realiza resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo

Marinha do Brasil realiza resgaste, salvando 220 migrantes no Mar Mediterrâneo
Publicado em 04/09/2015
Neste momento em que tantos líderes europeus envergonham seus países, a Marinha brasileira nos dá razões para nos orgulharmos.
Nesta sexta-feira, cerca de 13h30  (18h30 na Itália), a corveta “Barroso”, da Marinha do Brasil, navegava no Mar Mediterrâneo, a 170 milhas da Sicília, Itália, com destino a Beirute, no Líbano, quando recebeu um comunicado do Centro de Busca e Salvamento Marítimo  italiano, sobre a existência de um barco com risco de afundar com cerca de 400 migrantes, rumo à Europa.
O Centro de Busca italiano solicitou ao navio brasileiro que se aproximasse da embarcação, a cerca de 150 milhas de Peloponeso, na Grécia. Ele chegou ao local após uma hora de navegação.


Dois navios-patrulha italianos de pequeno porte se juntaram a eles e, impossibilitados de receberem os migrantes a bordo, a Guarda Costeira italiana solicitou o apoio da Marinha do Brasil para efetuar o resgate e seu transporte para o porto italiano de Catânia.
O comandante da Marinha do Brasil prontamente autorizou a prestação desse apoio, a fim de salvaguardar a vida daquelas pessoas e a transferência dos migrantes para a corveta brasileira acaba de ser completada, tendo sido recebidas 220 pessoas: 94 mulheres, 37 crianças e 4 bebês de colo, muitos deles extremamente debilitados. Já é noite no local, porém o mar está calmo, facilitando a operação em curso.
Com uma tripulação de 191 militares a bordo, a corveta “Barroso” saiu do Rio de Janeiro em 8 de agosto para substituir a Fragata “União” na Força-Tarefa Marítima da ONU no Líbano, a fim de atuar como Navio Capitânia do comandante da Força-Tarefa, cargo exercido por um almirante brasileiro desde 2011, e realizar tarefas de interdição marítima e capacitação da Marinha libanesa.
O  navio permanece no Líbano até fevereiro de 2016. 
*GrupoBeatrice

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