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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 04, 2015

Momento é de reunir todas as forças democráticas comprometidas com o desenvolvimento do Brasil

CONTRA O GOLPISMO E PELOS AVANÇOS SOCIAIS NASCE A FRENTE BRASIL POPULAR


 
Belo Horizonte sediará a Conferencia “defesa da democracia e por uma nova políticaeconômica”; organizado pela Frente Brasil Popular, o evento vai reunir militantes de movimentos Cociais e sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Movimento dos Sem Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE); também devem participar parlamentares e dirigentes do PT, do PCdoB, do PSB e do PDT; objetivo do encontro é “criticar e fazer ações de massa contra todas as medidas de política econômica e ajuste fiscal que retirem direitos dos trabalhadores e que impeçam o desenvolvimento com distribuição de renda”.

 Em defesa da democracia e do mandato constitucional da presidenta Dilma Rousseff, forças 
progressistas realizam no próximo sábado (5), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo 
Horizonte, a Conferência Nacional Popular em defesa da democracia e por uma nova política 
econômica.
Movimentos sociais e sindicais, forças políticas progressistas ocuparam as ruas no dia 20 de agosto 
em todo o país.
O encontro tem como ponto de partida assegurar a preservação dos compromissos assumidos pela 
presidenta Dilma Rousseff e os avanços conquistados nos últimos anos, além de combater a onda 
conservadora recentemente aflorada.
Para unificar a luta e construir uma ampla organização popular de resistência, os diversos setores e 
agrupamentos sociais e os partidos políticos consolidarão a Frente Brasil Popular.
Nela, atuarão militantes que lutam nos mais diferentes espaços representativos, tais como 
movimentos populares e sindicais, com destaque para a CTB, CUT, UNE e MST. Parlamentares e 
dirigentes de partidos como o PCdoB, PT, PDT e PSB, além de intelectuais, economistas, jornalistas, 
artistas, produtores culturais, entre outros.
Instrumento estratégico, a Frente vai defender as liberdades democráticas e os direitos sociais, uma 
política econômica desenvolvimentista, com reformas estruturais democráticas. 
Para alterar a atual correlação de forças, que inibe e pressiona o governo eleito pelo povo, será 
preciso uma frente ampla e forte.
A Conferência
Para apontar os rumos, a Conferência em Belo Horizonte debaterá e aprovará um manifesto à Nação. 
O documento terá uma plataforma política mínima com seis pontos programáticos e organizativos. 
São eles: 

 
Red Flag
• Lutar por reformas estruturais e populares;
• Defesa dos direitos dos trabalhadores;
• Defesa dos direitos sociais do povo;
• Defesa da democracia;
• Defesa da soberania nacional
• Defesa da integração latino-americana.

A Frente popular é o ponto de partida para assegurar a preservação dos compromissos populares 
esperados pelo governo Dilma e de fazer face à onda conservadora.
Para isso, a Frente visa atuar nacionalmente, com sua organização nos estados e municípios, 
procurando tecer a mais extensa rede de atuação.
A Frente, porém, não substitui outras iniciativas. O momento é de reunir todas as forças 
democráticas comprometidas com o desenvolvimento do Brasil e com a continuidade dos avanços 
sociais.

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