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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 15, 2010

SS erra e sua vocação de Capachildo









Serra ataca de novo o Mercosul. Valentia, só com os fracos

Serra acha simples o Brasil ser o "irmão menor" dos EUA

Seguindo na sua linha de que bom mesmo é ser amigo dos ricos, José Serra voltou a atacar hoje o Mercosul. Segundo ele disse à Folha, o Brasil teria mais chances sozinho de fechar, de forma ágil, um acordo com a União Europeia, sem depender do Mercosul. “Seria importante ter uma flexibilização das regras do Mercosul. O Brasil tem condições de avançar mais sozinho”, disse o tucano.

Ele fez críticas à política externa do governo Lula. Serra disse que “o Brasil investiu muito em estreitar relações com países de pouca relevância no comércio mundial”.
Não tenho dúvidas que Serra fecharia mais rápido os acordos com os países ricos. É mais rápida a negociação onde o lado mais fraco diz: “sim, senhor”, “certo”, “está bem”, e “seja como o senhor quiser, patrão”.

Eu já o comparei aqui com o exemplo de Juracy Magalhães, aquele da frase “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.

Curioso é Serra falar isso justamente depois de uma reunião com a União Européia. Os europeus, que sendo de esquerda ou de direita não querem ser capachos de outras potências econômicas, negociam em bloco com o mundo. Aqui, o “jenial” Serra acha que na base do “cada um por sí” vamos a algum lugar.

A cabeça egoísta de Serra é assim. Ele não cultiva relações, nem solidariedade. Tem comportamento subalterno. Natural que entenda assim as relações comerciais com o mundo.

dotijolaço

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