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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 08, 2010

Intelectuais protestam contra racismo em Israel







Manifestantes criticam decretos proibindo o aluguel de apartamentos a cidadãos árabes e leis 'discriminatórias'.



Escritor Uri Avnery diz que não quer ver 'ascensão do fascismo' em Israel
Vários importantes intelectuais de Israel protestaram neste domingo em Tel Aviv contra manifestações crescentes de racismo que, dizem, afetam os cidadãos árabes do país.
Os manifestantes, entre eles escritores e artistas de renome, cirticaram decretos recentes de rabinos proibindo o aluguel de apartamentos a cidadãos árabes e a promulgação de leis de caráter discriminatório no Parlamento.
O protesto ocorreu na Alameda Rotschild, no centro de Tel Aviv, em frente ao prédio onde foi realizada a histórica declaração da fundação do Estado de Israel, em 1948, conhecida como Declaração da Independência.
De acordo com os organizadores, o local foi escolhido para marcar o que consideram a contradição entre a realidade atual no país e o conteúdo da declaração, que garantia "igualdade total de direitos políticos e sociais para todos os cidadãos, sem discriminação de religião, raça ou gênero".
Participantes do protesto ouvidos pela BBC Brasil mencionaram o "perigo da ascensão do fascismo em Israel".
O jornalista e escritor Uri Avnery, 87, que lutou na guerra de 1948 pela criação de Israel, disse à BBC Brasil que participou do protesto "porque quando eu tinha nove anos vi a ascensão do fascismo na Alemanha e não quero vê-la, pela segunda vez, no Estado que ajudei a construir".
De acordo com o escritor Sefi Rachlevsky, "a Declaração da Independencia está sendo pisada pelos atos e as leis que vemos hoje".
Sefi Rachlevsky diz que declaração de independência foi 'pisada'
"Em um país em que tantos cidadãos já sofreram perseguições e racismo, não podemos permitir que coisas como essas aconteçam."

Aluguéis vetados

No dia 25 de outubro, o rabino-chefe da cidade de Tzfat (norte de Israel), Shlomo Eliahu, e mais 17 rabinos publicaram um decreto proibindo os habitantes da cidade de alugarem apartamentos para cidadãos árabes.
O decreto atinge centenas de estudantes árabes que cursam a Faculdade de Tzfat.
Segundo o decreto, os habitantes da cidade devem boicotar aqueles que alugarem propriedades a "não judeus".
O presidente da união dos estudantes árabes da Faculdade, Mahmoud Abu Salah, disse que a maioria dos proprietários de imóveis está obedecendo ao decreto dos rabinos.
Abu Salah também afirmou que esta é a primeira vez em que os estudantes árabes se deparam com tal rejeição por parte de proprietários de apartamentos em Tzfat.
O decreto foi endossada pelo rabino Ovadia Yossef, lider espiritual do partido Shas, que faz parte da coalizão governamental.
Para o escritor Yoram Kaniuk, "não é possivel parar o fascismo com palavras, são necessários atos significativos".
Durante a manifestação deste domingo, o escritor anunciou que pretende exigir que o Ministério do Interior apague seu registro como judeu da carteira de identidade e o defina como "sem religião".

'Não quero ser judeu'

"Se isso é judaismo então não quero ser judeu", declarou Kaniuk.
O jurista Mordechai Kremnitzer mencionou projetos de lei em tramitação no Parlamento que podem atingir diretamente a população árabe de Israel. É o caso de uma lei que, se aprovada, permitirá que comissões de admissão em povoados pequenos vetem a entrada de novos membros "que possam afetar o caráter da comunidade".
Para a professora de História da Arte Gila Balas, existem hoje em Israel "todos os sintomas que havia na Europa no começo do fascismo".
"Não podemos ficar quietos, temos que fazer algo para impedir que esse processo continue", disse Balas à BBC Brasil. "Estão utilizando caminhos supostamente legais para promulgar leis antidemocráticas, justamente como aconteceu na Europa.
*cappacete 


Isto é Israel



Limpeza étnica
Israel destruiu mais de 500 aldeias e cidades palestinas.
Recorde mundial (1)
Israel detém o recorde mundial do número de refugiados e deportados ... 4milhões.
Recorde mundial ( 2 )
Israel detém o recorde mundial do número de casas demolidas, 60 mil.
Mais de 500 condenações
Israel é o país com o maior registro de condenação da ONU ... 500
Mais de 100 vetos
Estados Unidos vetaram mais de 100 resolucões do Conselho de Segurança da ONU condenando Israel.
50 mil civis assassinados
Israel já assassinou  mais civis inocentes per capita do que qualquer outro país ... 50 mil.
250 mil civis aprisionados
Israel prendeu mais civis per capita do que qualquer outro
país ... 250 mil.
50 mil especiais
Israel tornou mais civis inocentes com deficiência  física per capita do que qualquer outro país ... 50 mil.

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