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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 04, 2010

O PIG e o peso do Nordeste


post enviado pelo leitor:
O PIG vem insistindo que Dilma só teria vencido as eleições por conta do Nordeste, impulsionado pelo bolsa-família.
Vamos aos fatos: sem o Nordeste, Dilma ganharia a eleição da mesma forma. Considerando apenas estes seis estados; RS, SC, PR, SP, MG e RJ,
Dilma venceria as eleições com uma diferença de 435.000 votos.
Estado
Dilma
Serra
% Dilma
RS
3.117.761
3.237.207
5,4
SC
1.556.226
2.030.135
2,7
PR
2.593.086
3.226.216
4,5
SP
10.462.447
12.308.483
18,2
RJ
4.934.077
3.223.891
8,6
MG
6.220.125
4.422.294
10,8
Total
28.883.722
28.448.226
50,4
Diferença
435.496
Em quantidade de votos
Outro argumento recentemente incorporado pelo PIG diz que PSDB e oposição 'controlam' 52% dos eleitores a nível estadual. Ora, esse dado tem a mesma relevância que dizer que Dilma controla 100% do eleitorado a nível federal.
* Vendedor de Bananas

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