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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 11, 2010

Centenário de Noel Rosa




Noel Rosa, o Poeta da Vila, completaria cem anos neste sábado (11).
O cantor e compositor vem recebendo homenagens desde o início do ano, e já foi motivo de vários posts aqui no Passeando: "Grandes Compositores Brasileiros - Noel Rosa", em 19/01/2010 (para rever clique aqui); "Passeando No Cinema: Noel Rosa - O Poeta da Vila", em 30/01/2010 (para rever clique aqui); e "Passendo pelo Cotidiano Recomenda - Uma Noite... Noel Rosa", em 21/09/2010 (para rever clique aqui).
Hoje, dia de seu centenário, postamos o curta-metragem “Noel Rosa” produzido pela BossaFilmes e indicado como finalista para o 6° Prêmio BRAVO! Bradesco Prime, organizado pela revista BRAVO!.
As imagens mostram o Rio de Janeiro romântico na década de 30 do século passado, os elementos de uma modernidade recém conquistada, a brasilidade, a faculdade de medicina, o samba do morro descendo ao asfalto e as grandes paixões de Noel Rosa: a poesia, as mulheres da boemia e os automóveis.

E salve Noel!!!


*passeandopelocotidiano

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