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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 07, 2011

Agenda - A Independência Inconclusa

Por Cléber Sérgio de Seixas

O cineasta chileno Luiz Veras realizou um filme magistral sobre o inacabado processo de independência da America Latina que já dura cerca de 200 anos. Trata-se do documentário A Independência Inconclusa.

Na primeira parte, de 78 minutos, são analisados o colonialismo e a luta pela independência durante os séculos 18 e 19.

Na segunda parte, de aproximadamente duas horas e 15 minutos, que também será lançada em Belo horizonte, é abordada a luta pela verdadeira independência política e econômica que os povos e alguns governos da América Latina travaram no século XX e ainda travam em pleno século XXI.

O filme será exibido no dia 09/11 às 18:30 hs no auditório da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas Gerais – AFFEMG, Rua Sergipe, 893, bairro Funcionários - Belo Horizonte. Telefone (31) 3289- 5600. A entrada é franca.

Depois da exibição, haverá debate com a presença de Luis Veras.

Não perca, participe e divulgue.

Reproduzo abaixo o trailer do documentário.
*observadoressociais

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