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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 09, 2011

Alckmin não quer faxina em São Paulo

Alckmin desiste de decreto que instituiria Ficha Limpa em SP

Geraldo Alckmin desistiu de incluir, no pacote anunciado ontem para aumentar a transparência em sua gestão, decreto que instituiria a Ficha Limpa para o funcionalismo paulista. A medida, já adotada em Minas, forçaria o afastamento de José Bernardo Ortiz, aliado histórico do tucano instalado na FDE. Ele tem condenação em segunda instância.

Sujeira em baixo do tapete

Indicado informalmente à relatoria do Orçamento de 2012 pelo governo paulista, Roberto Engler (PSDB) enviou cartas aos 93 colegas pedindo a lista de emendas a serem contempladas na cota individual de R$ 2 mi. Deu errado: insatisfeita, a base de Alckmin vai escolher a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB) para o posto.

Mais dinheiro para os tucanos

Em tempo recorde, o BID aprovou ontem financiamento de US$ 1,15 bi para o trecho norte do Rodoanel. A missão do banco avaliava o projeto desde fevereiro. O montante é o maior já destinado pela instituição para obras viárias no país.Coluna da Renata Lo Prete
*osamigosdopresidentelula

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