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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 08, 2011

O Crepúsculo do Império e a Aurora da China



"Embora os EUA ainda sejam o pólo do sistema capitalista mundial, sua hegemonia cada vez mais se desvanece. O Império está falido. Com um PIB da ordem de $14,66 trilhões, sua dívida pública, em 9 de setembro de 2011, já estava em cerca de US$ 14,71 trilhões. A China tornou-se para os EUA o mais importante país do mundo. Atualmente, é o maior credor dos EUA, com reservas de mais de US$ 3 trilhões". Prólogo de Luiz Alberto Moniz Bandeira ao livro de Durval de Noronha Goyos, que será lançado dia 10 de novembro, em São Paulo.

Luiz Alberto Moniz Bandeira

(*) Durval de Noronha Goyos lançará o livro "O Crepúsculo do Império e a Aurora da China", publicado pela Observador Legal, na próxima quinta-feira, dia 10 de novembro, das 19h às 22h, na Livraria da Vila, Alameda Lorena 1731, Piso Térreo - Jardins, São Paulo, SP. Luiz Alberto Moniz Bandeira assina o prólogo ao livro, que publicamos a seguir.

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*Brasilmostraatuacara

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