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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 04, 2012

A Arma mais poderosa... a TV

1  A estratégia da distracção






imagen: creacion de Laurent Courau

 
O elemento primordial do controlo social, é a estratégia da distracção e que  consiste, em desviar a atenção do público, dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação continua de distracções e de informações insignificantes.
A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir o publico de se interessar por conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economía, da psicologia, da neurobiología e da cibernética.
"Manter a atenção do publico distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importancia real. Manter o publico ocupado, ocupado, ocupado, sem  tempo para pensar; de volta à quinta com os outros animais." (cita del texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas")

 
Criar problemas, depois oferecer soluções  

Este método é também denominado "problema-reacção-solução". Cria-se primeiro um problema, uma "situação" prevista para suscitar uma certa reacção do público, a fim de que este seja o decisor de medidas que se desejam fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança ou policiais em detrimento da liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário, o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3  A estratégia da degradação
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em "dégradé", numa duração de 10 anos. É dessa maneira que as condições sócio-económicas radicalmente novas têm sido impostas durante os anos 1980 a 1990. Desemprego massivo, precariedade, flexibilidade, relocalização, salários que já não asseguram uma vida decente , tantas mudanças teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas bruscamente.

4  A estratégia do diferido
Uma outra maneira de fazer aceitar uma decisão impopular, é apresenta-la como "dolorosa mas necessária", obtendo o acordo do público no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrificio futuro que un sacrificio imediato. Primeiro porque o esforço não é feito  imediatamente. Em segundo lugar, porque o público, as pessoas, têm sempre tendência a esperar ingénuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e  que o sacrificio imposto  poderá ser evitado. Enfim, isto  dá  mais tempo ao público para se acostumar à  ideia da mudança e aceitar com resignação, quando chegar o momento.
Exemplo recente: a mudança para o euro  e a perda de soberania monetária e económica foram  aceites pelos países Europeus en 1994-1995 para uma aplicacção em 2001. Outro exemplo: os acordos multilaterais do ALCA (o FTAA) que os Estados Unidos impuseram em 2001 aos países de todo o continente americano (Centro e América do Sul) apesar das suas reticências, concedendo uma aplicação e vigência diferida para  2005.

5  Dirigir-se ao público como a crianças pequenas
A maioria dos spots de publicidade dirigida ao grande público utiliza um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantil, muitas vezes próximo do débil, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta  enganar o espectador ou ouvinte, mais se tende a adoptar um tom infantilizante.
Porquê?
Se se dirigem a uma pessoa, como se ela tivesse a idade de doze anos,  então, por força da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reacção também desprovida de sentido critico como uma pessoa de 12 anos."  (cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas")


6  Utilizar o aspecto emocional mais  do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para fazer "curto circuito" à  análise racional, e ao  sentido critico dos individuos. Ainda, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou inserir ideias, desejos, medos ou temores, pulsões, ou induzir. comportamentos...
7  Manter o público na ignorância e na estupidez
Fazer as coisas de forma que o público seja incapaz de compreender as tecnologías e os métodos utilizados, para seu controlo e  sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre ou mediocre possivel, de forma a que a brecha da ignorância, que isola as classes inferiores das classes sociais superiores, seja real e permaneça incomprensível para as classes sociais inferiores."
(cf. "Armas silenciosas para guerras tranquilas")

8  Levar o público a conformar-se com a mediocridade
Levar o  publico a achar "cool" (porreiro) o feito de ser estúpido, vulgar e inculto...

9  Substituir a revolta pela culpabilidade

Levar o indivíduo a crer que só ele é responsável pelo seu infortúnio, a causa do fracasso da sua inteligência, das suas habilidades, ou dos seus esforços. Então, ao invés de se rebelar contra o sistema económico e político, o indivíduo auto-desvalorizado e culpado, cria uma depressão na qual um dos efeitos é a inibição da acção. E sem acção, não há Revolução.

10  Conhecer os indivíduos melhor do que eles próprios se conhecem
No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e aqueles que possuem e utilizam as elites dirigentes. Graças à biología, à  neurobiología e à  psicología aplicada, o "sistema" proporcionou um conhecimento avançado do ser humano  físicamente e psicológicamente. O  sistema conseguiu conhecer melhor o individuo comum do que ele próprio se conhece a si mesmo. Isto significa que na maioría dos casos, o sistema possui um maior controlo e um maior poder sobre os individuos, do que os individuos sobre si mesmo.


fonte: Skynet

Arma mais poderosa de todos os tempos, breve história

Não há que temer a bomba atómica, perante esta arma não é necessária. O Mundo foi conquistado. O humano transformou-se numa massa de zombies.


*guerrasilenciosa

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