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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Depois do BBB, Aécio 2014


O Conversa Afiada publica post do editor João Andrade:

Paulo,


Depois do escândalo do BBB, tem outra coisa que me chamou a atenção.


Não sei se você acompanhou, mas esse novo seriado da Globo, ‘O Brado Retumbante’, conta a história de um senador que assume a Presidência da República, após o Presidente e o Vice morrerem em um acidente (ao menos na ficção o PiG (*) consegue matar o Presidente).


Na história, ressaltam a honestidade, a integridade e o idealismo do político, que luta contra todo um sistema corrupto. Até aí, tudo bem.


Mas o que me indignou mesmo foi a semelhança física do ator principal (Domingos Montagner) com o Aécio Neves. Fiz uma imagem com os dois para mostrar a semelhança!


Além disso, tentam mostrar até os mesmos defeitos. No caso, o fato de ser mulherengo e gostar (um pouco, diante do original) de bebida. E o senador era da oposição ao Presidente morto. Muitas coincidências!


A ideia do seriado, segundo o site, é reaproximar o público da política. E a Globo aproveita para aproximar o público exatamente como lhe convém. Fica claro que estão preparando o terreno para 2014.


Vi pouca repercussão na mídia, mas reparei em muitos comentários no Twitter e no Facebook. Tentarei assistir ao seriado para ver o rumo da história!


Um abraço !


Em tempo: não deixe de ler também o que o Edu, do Blog da Cidadania, escreveu sobre “essa coincidência” (será consensual ?).
Navalha
Vamos ver como a série da Globo desqualifica os políticos e o Congresso.
Como fazem seus colonistas (**), de manhã à madrugada.
E quanto mais desqualificados os políticos, mais mandam os empresários e os colonistas (**) que com eles se ‘”informam”…

Paulo Henrique Amorim




(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

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