Enquanto isso nos governos de Lula e Dilma e no PAC que era um monte bobagens e nem existia:Pronta para gerar energia. Com um ano de antecedência, a usina de Santo Antônio vai começar a operar nas próximas semanas, inaugurando a primeira turbina
Com um ano de antecedência, a usina de Santo Antônio vai começar a operar nas próximas semanas, inaugurando a primeira turbina
» SÍLVIO RIBAS
A Hidrelétrica de
Santo Antônio, no Rio Madeira (RO), está pronta para iniciar suas
atividades comerciais, quatro anos antes da conclusão da obra, uma das
principais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A primeira
das 44 turbinas deve ser ligada nas próximas semanas, tendo recebido o
sinal verde da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro.
Os testes do gerador inaugural, de 69,5 megawatts (MW), foram
bem-sucedidos e sua atividade regular marcará a antecipação em um ano da
estreia oficial da usina, que fica a apenas sete quilômetros da capital
Porto Velho.
Ao contrário da maioria das obras do PAC, que estão atrasadas, Santo Antônio anda rapidamente, de acordo com a estratégia dos seus maiores investidores privados, as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, para aproveitar oportunidades do mercado doméstico. Até o fim do ano, o grupo operador espera acelerar o ritmo de inaugurações de turbinas, atingindo a média de uma por mês. “Deveremos colocar em funcionamento 33 geradores em dois anos, completando o processo em janeiro de 2015”, estima Delfino Luiz Gouveia Gambetti, gerente de Engenharia da Santo Antônio Energia, companhia responsável pela construção e operação da usina.
A maior parte estrutural da hidrelétrica já foi erguida e, quando estiver 100% pronta, será a sexta maior do país, com capacidade instalada de 3,15 mil MW, acrescentando 4,3% à atual capacidade de geração nacional de energia (veja arte). Mas seus empreendedores querem mais. Eles encaminharam pedido de autorização ao governo para ampliar a capacidade em 400 MW.
Esse movimento recebeu duras críticas de sócios do consórcio Energia Sustentável do Brasil, dono da vizinha usina de Jirau, com potência prevista de 3,45 mil MW e início de operação previsto para o segundo semestre. Liderados pela construtora Camargo Corrêa, eles alegam que uma eventual mudança no projeto coloca em risco o equilíbrio operacional e ambiental das duas usinas do Complexo do Madeira.
Licitada em 2007, Santo Antônio recebeu R$ 150 milhões adicionais para adiantar seu cronograma. Além dos desafios ambientais, com grande movimentação de máquinas e pessoas numa região com chuvas o ano todo, o projeto criou verdadeiras cidades com seus 18 mil trabalhadores, pouco menos que os 25 mil de Jirau.
Além da geração de empregos, o início da operação irá beneficiar Porto Velho e região com o pagamento de royalties pelo uso dos recursos hídricos. A estimativa é que, só em 2012, os pagamentos rendam R$ 84 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 33,5 milhões para o governo de Rondônia e igual valor para a prefeitura da capital. O restante será distribuído entre órgãos federais. Os valores irão crescer à medida que forem entrando em funcionamento as turbinas.
Vitrine
Com a usina de Jirau, localizada acima de Santo Antônio no curso do rio, o Complexo do Madeira se destaca como principal vitrine da tecnologia orientada à redução de impactos ambientais. Por força das leis atuais, as hidrelétricas são do tipo “fio d’água” — ou seja, têm altura próxima à superfície do rio, reduzindo a área alagada. As turbinas são as maiores no mundo do tipo bulbo, colocadas horizontalmente na parte inferior da construção e ideais para baixas quedas, altas vazões e reservatórios menores. A obra foi dividida em quatro grupos de geração independentes, sendo um na margem direita, dois na esquerda e o último no leito do Madeira.
“É uma vitória da experiência brasileira no setor hidrelétrico”, diz Gambetti. Segundo ele, os outros dois diferenciais são os gigantescos sistemas para recuperação de peixes e de árvores cortadas. O primeiro reúne gaiolas ao longo de um canal de 900 metros de extensão e 10 metros de altura, que regulam a velocidade da água e permitem a passagem de cardumes no período de reprodução.
O segundo sistema vai captar e bombear cerca de 1 milhão de troncos rumo ao Rio Amazonas e ao Oceano Atlântico. Humberto Viana Guimarães, engenheiro civil e consultor, destaca ainda a existência de um vertedouro complementar de três comportas para regular o nível do reservatório e escoar a água não envolvida na geração de energia.
Ao contrário da maioria das obras do PAC, que estão atrasadas, Santo Antônio anda rapidamente, de acordo com a estratégia dos seus maiores investidores privados, as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, para aproveitar oportunidades do mercado doméstico. Até o fim do ano, o grupo operador espera acelerar o ritmo de inaugurações de turbinas, atingindo a média de uma por mês. “Deveremos colocar em funcionamento 33 geradores em dois anos, completando o processo em janeiro de 2015”, estima Delfino Luiz Gouveia Gambetti, gerente de Engenharia da Santo Antônio Energia, companhia responsável pela construção e operação da usina.
A maior parte estrutural da hidrelétrica já foi erguida e, quando estiver 100% pronta, será a sexta maior do país, com capacidade instalada de 3,15 mil MW, acrescentando 4,3% à atual capacidade de geração nacional de energia (veja arte). Mas seus empreendedores querem mais. Eles encaminharam pedido de autorização ao governo para ampliar a capacidade em 400 MW.
Esse movimento recebeu duras críticas de sócios do consórcio Energia Sustentável do Brasil, dono da vizinha usina de Jirau, com potência prevista de 3,45 mil MW e início de operação previsto para o segundo semestre. Liderados pela construtora Camargo Corrêa, eles alegam que uma eventual mudança no projeto coloca em risco o equilíbrio operacional e ambiental das duas usinas do Complexo do Madeira.
Licitada em 2007, Santo Antônio recebeu R$ 150 milhões adicionais para adiantar seu cronograma. Além dos desafios ambientais, com grande movimentação de máquinas e pessoas numa região com chuvas o ano todo, o projeto criou verdadeiras cidades com seus 18 mil trabalhadores, pouco menos que os 25 mil de Jirau.
Além da geração de empregos, o início da operação irá beneficiar Porto Velho e região com o pagamento de royalties pelo uso dos recursos hídricos. A estimativa é que, só em 2012, os pagamentos rendam R$ 84 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 33,5 milhões para o governo de Rondônia e igual valor para a prefeitura da capital. O restante será distribuído entre órgãos federais. Os valores irão crescer à medida que forem entrando em funcionamento as turbinas.
Vitrine
Com a usina de Jirau, localizada acima de Santo Antônio no curso do rio, o Complexo do Madeira se destaca como principal vitrine da tecnologia orientada à redução de impactos ambientais. Por força das leis atuais, as hidrelétricas são do tipo “fio d’água” — ou seja, têm altura próxima à superfície do rio, reduzindo a área alagada. As turbinas são as maiores no mundo do tipo bulbo, colocadas horizontalmente na parte inferior da construção e ideais para baixas quedas, altas vazões e reservatórios menores. A obra foi dividida em quatro grupos de geração independentes, sendo um na margem direita, dois na esquerda e o último no leito do Madeira.
“É uma vitória da experiência brasileira no setor hidrelétrico”, diz Gambetti. Segundo ele, os outros dois diferenciais são os gigantescos sistemas para recuperação de peixes e de árvores cortadas. O primeiro reúne gaiolas ao longo de um canal de 900 metros de extensão e 10 metros de altura, que regulam a velocidade da água e permitem a passagem de cardumes no período de reprodução.
O segundo sistema vai captar e bombear cerca de 1 milhão de troncos rumo ao Rio Amazonas e ao Oceano Atlântico. Humberto Viana Guimarães, engenheiro civil e consultor, destaca ainda a existência de um vertedouro complementar de três comportas para regular o nível do reservatório e escoar a água não envolvida na geração de energia.
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