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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 12, 2012

BRICs dão bye-bye ao dólar.
Chora …, chora !


O ansioso blogueiro foi a Nova York tratar de seus investimentos no mercado imobiliário e na Bolsa.

Atividades que alguns penduricalhos do PiG (*) acompanham com entusiasmo.

O ansioso blogueiro parte da premissa que não se deve, jamais, menosprezar a capacidade de recuperação da economia americana.

Ele está bullish e tomou providências correspondentes.

Uma comprovação é o resultado de fevereiro da estatística de emprego – terceiro mês consecutivo com a criação de mais de 200 mil empregos – , e, logo, o fim da crise americana que os Urubólogos confiavam em que derrubaria a Dilma.

O que, provavelmente, re-elegerá Obama, com a ajuda providencial dos republicanos da Oposição.

Uma das vantagens de ir a Nova York é não ler o PiG (*).

A edição de um fim de semana do Financial Times, por exemplo, contém mais informações úteis do que um mês de PiG (*).

Por exemplo.

Na primeira página da edição de quinta-feira, o FT informa – para desespero da … – que os países do grupo BRIC , com a China à frente, vão passar a emprestar e negociar entre si e com outros parceiros com suas próprias moedas.

Essa decisão se formalizará numa reunião em Nova Delhi, no dia 29 de março.

Menos de 13% do comércio da China na Ásia é feito em renminbi, a moeda chinesa.

O FT lembra que o BNDES tem uma carteira de empréstimos QUATRO vezes maior que a do Banco Mundial.

Desde de abril passado, lembra o FT, os cinco países dos BRICs defendem um sistema de reservas de moedas mais amplo.

E, embora o dólar se tenha fortalecido, recentemente – diz  o FT -, os países dos BRICS, para desespero da …, acreditam que, a longo prazo, o dólar se desvalorizará e eles precisam montar uma alternativa para vender, comprar e investir.

Como também não confiam na Europa, a solução está neles próprios.




Paulo Henrique Amorim

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