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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 16, 2012

Chantagear a Dilma
é tiro no pé

 

Temer e Blairo: e ninguém percebe ?

O partido do (vice) Presidente Michel Temer, o PMDB, e o do Senador Blairo Maggi, o PR, devem achar que o amigo navegante é um parvo.

Que ninguém percebe que o PMDB, o PR e outros da mesma espécie  se dedicam à arte de chantagear a Presidenta da República.

Ou vamos pro rachuncho ou bye-bye “governabilidade”!

E ninguém percebe.

Que basta jogar um lero às penas amestradas do PiG (*), disseminar uma falsa crise – e ninguém percebe.

Clique aqui para ler “A crise é do PMDB” e aqui para ler ” Blairo queria os Transportes e penduricalhos – só !”.

O partido do (vice) Presidente é um velho mestre na arte de chantagear – se não ceder, cai o Governo !

Com o apoio irrestrito do PiG (*).

E ninguém percebe.

O partido do senador Blairo Maggi levou ao Governo quatro nomes para se apossar do Ministério dos Transportes.

Nenhum deles – ignoram-se os nomes -, aparentemente, se qualificava para segurança de bingo.

Aliás, o senador Blairo vem à cabeça toda vez que se diz que o Estado deve ser governado como uma empresa.

Os tucanos de São Paulo adoram a tese.

(Embora nenhum deles jamais tenha administrado uma carrocinha de Kibon. É o tal  “choque de gestão” do Aécio Never, que há três  gerações trabalha  para o Estado.)

Sempre em busca da eficiência, dos resultados !

Blairo é um dos mais bem sucedidos empresários agrícolas do país e um desastre na vida pública.

É como o Mitt Romney nos Estados Unidos – um empresário bem sucedido e um político medíocre.

O Blairo e o Temer acham que ninguém percebe.

Que o partido deles pode acuar a Presidenta na calada da noite, extorquir o Ministério, a diretoria da estatal,  e ninguém percebe.

Percebe, sim !

Ainda mais que se trata de um conjunto de marmanjos, figurinhas carimbadas da política nacional, que não enganam mais ninguém.

O Brasil percebe tudo o que os partidos do (vice) Presidente e do Blairo pretendem.

O Brasil mudou, amigo navegante.

O Daniel Dantas que o diga: acaba de tomar uma “súmula vinculante” na Justica do Rio – clique aqui para ler “Klouri e PHA derrotam Dantas na Justiça, pela enésima vez”.

O Temer, o Renan, o Wellington, o Eduardo Cunha, o Henrique Alves, o Padilha, o Blairo, o Sarney – e o Brasil não percebe ?

Eles acham que vão paralisar o Congresso ?

Um presidente americano, Harry Truman, que substituiu uma lenda, Franklin Roosevelt, enfrentou os chantagistas com uma campanha: “o Congresso não trabalha”.

Era o “do nothing Congress”.

Quem ganhou a guerra ?

Ou eles acham que ninguém percebe?

Que basta seduzir as penas amestradas ?


Paulo Henrique Amorim

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