Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 02, 2012

Cruzeiros da Costa Crociere eram regados a álcool, drogas e sexo


Dois funcionários da companhia de navegação Costa Crociere revelaram que nos cruzeiros da empresa dona do transatlântico que naufragou em janeiro, em frente à ilha italiana de Giglio, predominavam o sexo, as drogas e o álcool, noticiou nesta quinta-feira o jornal La Stampa.
Segundo informações que vazaram da investigação judicial aberta na Itália, vários trabalhadores da companhia contaram aos promotores que tanto os oficiais quanto alguns tripulantes das embarcações costumavam "ficar bêbados".
"Durante as festas, nos perguntávamos se alguém poderia salvar o barco em caso de emergência", contou Mery G., que trabalhou a bordo do Costa Concordia, o navio que naufragou, durante dois meses no ano de 2010.
A mulher relatou ter sido molestada por um membro da tripulação, que estava "completamente drogado".
Uma ex-enfermeira, Valentina B, que esteve sob o comando do controverso comandante Francesco Schettino em outro cruzeiro, o Costa Atlantica, afirmou que "a corrupção, a droga e a prostituição" reinavam a bordo.
"Vi com meus próprios olhos um oficial aspirar cocaína", afirmou.
Para a funcionária, as condições de vida da tripulação do cruzeiro "eram péssimas" e o capitão tratava os funcionários "como escravos".
Os diretores da Costa Crociere informaram que a empresa não tolera drogas a bordo dos cruzeiros e que seu pessoal passa por controles regulares.
Em janeiro, após o naufrágio do Costa Concordia, que deixou 32 mortos, a companhia defendeu seu pessoal e elogiou tanto o profissionalismo quanto a coragem demonstrada pelos funcionários e tripulantes durante a tragédia.
Schettino está em prisão domiciliar na Itália e é acusado de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono de navio, bem como omissão de socorro por ter evitado comunicar às autoridades marítimas a gravidade do acidente.
O Costa Concordia, no qual viajavam 4.229 pessoas de 60 nacionalidades (das quais 3.200 turistas que faziam um cruzeiro pelo Mediterrâneo), bateu contra uma rocha na noite de 13 de janeiro e naufragou em poucas horas.
O acidente aconteceu depois que o capitão decidiu aproximar o navio da ilha de Giglio para entreter os passageiros, uma manobra considerada muito perigosa.
Após o acidente, Schettino fingiu, em suas conversas com a Capitania dos Portos, que estava dentro do navio e demorou em dar o alarme, retardando a evacuação dos passageiros.
Além do capitão, seu imediato, Ciro Ambrosio, e outras sete pessoas, entre elas dois diretores da Costa Crociere, são investigados pela justiça.
*Yahoo

Nenhum comentário:

Postar um comentário