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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 08, 2012

Israel pede bombas aos EUA: Ameaça ou pressão contra o Irã?

 

Israel busca que os Estados Unidos aprove a venda de avançados sistemas de reabastecimentos e bombas anti-bunker, que poderiam ser usadas para ataques contra o Irã.
Tal solicitação foi feita pelo primeiro ministro israelense, Benjamim Netanyahu, durante sua recente reunião com o secretario de Defesa norte-americano, Leon Panetta, segundo informou o jornal israelense ‘Haaretz’.
Segundo o jornal, que cita a um alto funcionário norte-americano sem identificar, se trata das bombas GBU-28 que poderiam destruir alguns dos centros do controvertido programa nuclear iraniano.  
O funcionário assinala que o presidente, Barack Obama, encarregou a Panetta para trabalhar diretamente nesta matéria com o ministro de Defesa israelense, Ehud Barack, e que Washington, está inclinado a aceitar a demanda o quanto antes possível.
Sobre o governo de George W. Bush, os EUA rechaçaram o fornecimento de tal material bélico pelas suspeitas de que Israel poderia usá-las contra o Irã.
Segundo uma investigação difundida pela imprensa, os EUA poderia ter vendido em 2009 – em secreto – a Israel, 55 bombas de penetração profunda GBU-28, apontadas como “rompedoras de bunkeres”.
Em 9 de janeiro passado, o Irã anunciou o começo de enriquecimento de uranio na usina subterrânea de Fordow, que se encontra a tal profundidade, que é inalcançável pelos atuais mísseis de Israel.
Enquanto se intensifica a pressão internacional sobre o Irã, que já tem desembocado num série de sanções, se está aumentando, também, a presença militar dos EUA e Reino Unido no Golfo Pérsico.
O impulsionador destes movimentos é a acusação, por parte do Ocidente, de que o Irã estar desenvolvendo armas nucleares, algo que Teerã nega de forma reiterada e mediante diversos canais, declarando que necessita desenvolver seu programa nuclear para fins energéticos de caráter civil.  
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz historia)

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