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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 23, 2012

Marta Suplicy comemora prisão de envolvidos em site que incitava ódio racial e homofobia


Agência Senado



A senadora Marta Suplicy (PT-SP) parabenizou nesta quinta-feira (22) a Polícia Federal, a Secretaria de Direitos Humanos e o grupo ABGLT pela prisão de incitadores do ódio e da homofobia na internet. Na Operação Intolerância, foram presos Emerson Eduardo Rodrigues, morador de Curitiba (PR), e Marcelo Valle Silveira, morador de Brasília (DF), sob a acusação de manterem um site com conteúdo discriminatório.

A existência da página havia sido denunciada por internautas brasileiros ao Ministério Púbico e também à ONG SaferNet, onde bateu o recorde de denúncias de cidadãos – foram quase 70 mil. A operação da PF incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas residências e nos locais de trabalhos dos envolvidos. Entre os conteúdos publicados pelos criminosos havia referências positivas ao atirador Wellington, que em 2011, matou vários alunos de uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro.

Marta Suplicy comemorou as prisões, dizendo esperar que os responsáveis pelo site passem “um belo tempo na cadeia”. A senadora reforçou a preocupação com a incitação à violência, lembrando que, há poucos dias, um atirador matou soldados muçulmanos, um rabino e três crianças judias em atentados na França.

Para Marta, os atentados são incitados também pela disputa política no país, que terá eleições presidenciais em 22 de abril. Na análise da senadora, o atual presidente francês e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, estaria se mostrado mais conservador, o que teria criado um clima contrário aos imigrantes. No Brasil, afirmou a senadora, ocorreu um movimento semelhante na eleição presidencial.

– Não queremos esse tipo de clima no nosso país. Nós somos e fomos e sempre espero que continuemos a ser um país onde as divergências não são resolvidas com golpes baixos, com incitamento, com pregação de ódio, porque isso não leva a uma construção de uma sociedade mais justa – afirmou.

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*Onipresente

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