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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 17, 2012

"O DINHEIRO QUE CURA" - "THE MONEY FIX" (2011) LEGENDADO PT from themoneyfix on Vimeo.

   
(EUA, 2009, 79 min. - Direção: Alan Rosenblith)
Um filme que os gregos, espanhóis, estadunidenses, islandeses e todo o resto do mundo deveria ver.
Surpreendente documentário que - além de mostrar de maneira didática de onde vem o dinheiro, sua emissão e qual o truque usado há tantas gerações pelos bancos para criá-lo a partir do nada e endividar sociedades, criando nela o sentimento permanente de escassez – também mostra a implicação disso na mente das pessoas numa ótica filosófica e humana.
Propõe também soluções simples e brilhantes, que já vem sendo adotadas, como a moeda local, como o sistema mútuo de troca de tempo e como o sistema de permutas, baseados na colaboração, utilizadas em vários locais do mundo para que comunidades e até mesmo grandes empresas possam viver com grande autossuficiência e deixem de ser reféns desse sistema individualista, cruel e injusto.


“A colaboração é mais barata e eficaz que a competição”.

*Docverdade

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