"Talento” de Agnelli era não pagar imposto
Valor:
Deu agora noVale sofre derrota em mais dois processos bilionários
Por Maíra Magro e Fernando Torres
BRASÍLIA e SÃO PAULO – A Vale sofreu uma nova
derrota na disputa bilionária com a Receita Federal envolvendo a
tributação do lucro de empresas controladas no exterior, além da
divulgada ontem à noite pela companhia.
O caso, que se arrasta há anos, envolve dívidas de R$26 bilhões da
Vale com o Fisco, relativas aos impostos sobre os lucros de suas
subsidiárias no exterior.
Mas porque isso?
Porque a Vale vende boa parte do minério a essas subsidiárias a
preço menor e elas o recvendem para o mundo. Driblou-se, assim, durante
muito tempo, não apenas boa parte do valor dos royalties da mineração
como, também, o Imposto de Renda.
É o que na linguagem do colarinho branco chama-se planejamento
tributário e elisão fiscal, quando se encontra formas de burlar
dispositivos legais por mecanismos astuciosos.
Além dos royalties, uma causa superior a R$ 4 bilhões que já foi
perdida em 2011 pela mineradora, a Vale tinha conseguido liminares
proibindo que a Receita cobrasse judicialmente pelo menos R$ 10 bilhões
em impostos não-recolhidos, mantendo o caso na esfera administrativa.
Agora, é na Justiça.
Ano passado, último da era Roger Agnelli, a empresa já havia
elevado de 4 para 9 bilhões de reais a provisão para possíveis perdas
na Justiça. Era pouco, muito pouco perto do que está “pendurado” e a
nova direção teve de elevar estas reservas para incríveis R$ 44 bilhões.
Depois do desastre dos navios importados , aí está mais um exemplo
de como o “jenial jestor” Agnelli turbinava os lucros da empresa.
O rombo deixado pela vale não era só no solo, mas no Fisco brasileiro.
*Tijolaço
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