A ''vitória'' de Putin
Via Diário Liberdade
Laerte Braga
Boris
Yeltsin foi eleito presidente da Rússia em 1991 em meio a uma campanha
repleta de fraudes e a um processo de transformação dirigido de fora
para dentro. O fim da União Soviética.
Gennady Zyuganov, candidato do Partido Comunista era o favorito – os comunistas fizeram maioria na DUMA, congresso do País.
Yeltsin
era membro do Partido Comunista da União Soviética, foi levado para
Moscou por Mikail Gorbachev onde se transformou num dos principais
responsáveis pelo fim do sistema e da URSS. No curso das funções que
desempenhou no período da Peristroika e da Glasnost acabou cooptado por
forças internas que se opunham ao comunismo, aproveitou-se dos equívocos
de Gorbachev e financiado pelos norte-americanos, então sob a
presidência de Ronald Reagan.
O argumento usado
àquela época que faltariam condições à URSS para opor-se aos planos
militares de Reagan (um escudo contra mísseis de outros países) era
falho e incorreto naquele momento. O chamado Projeto Guerra nas
Estrelas.
Gorbachev não estava à altura de
conduzir um processo de abertura política e econômica e os erros,
aliados às defecções/cooptações dentro do PCUS acabaram por decretar o
fim da URSS, além, evidente, das formulações equivocadas das próprias
políticas de abertura de Gorbachev.
A eleição de
Yeltsin se deveu ao fato de seu caráter moldável a qualquer
circunstância que rendesse dinheiro, como a sua condição de bêbado vinte
e quatro horas por dia, fácil de ser manipulado e dirigido.
Yeltsin
foi uma figura grotesca e a história vai, cedo ou tarde, revelar a real
dimensão de seu papel. A de um governante irresponsável e que no seu
estado normal, passou a mão numa secretária. O mundo riu e achou
exótico, pois convinha ser assim.
De lá para cá a
antiga União Soviética – a Rússia principalmente – virou sede das
maiores e mais brutais máfias do mundo atual, operando em todas as
modalidades de crime. Desde os legalizados (especulação, corrupção nas
antigas estatais, sonegação etc), aos ilegalizados, como tráfico de
drogas, de mulheres, tudo montado sobre uma série de pilares.
Um
país onde a fome virou realidade, o desemprego é crescente, os serviços
públicos de educação e saúde que eram de excelência se evaporaram.
Putin
só difere de Yeltsin na obsessão que mostra por exibir um corpo
atlético, saúde impecável e força para dirigir a Rússia. Uma espécie de
concepção que é um super homem. Mister Atlas.
Venceu
as eleições montado em fraudes constatadas por observadores
internacionais, admitiu a existência dessas fraudes e como todos
prometeu apurar essas irregularidades e acabar com as mesmas.
Tem a perspectiva de exercer o próximo mandato presidencial e ser reeleito para mais um, seria o quarto.
Há
cerca de uns quinze anos, pouco tempo depois do fim da União Soviética,
um brasileiro tomando café num hotel em Moscou observou que os garçons
iam retirando as mesas e colocando os pães, os biscoitos, os potes de
manteiga, o que pudessem enfim, em seus bolsos. Perguntado um dos
garçons respondeu – “a fome aqui é terrível”.
A
Ucrânia hoje, segunda maior república soviética em dimensão territorial,
é a maior exportadora de prostitutas para a América e Europa Ocidental.
São constantes os protestos de mulheres ucranianas contra a ação de
máfias voltadas para essa atividade criminosa e complacente a atitude
dos governos, todos cúmplices.
Putin já percebeu
a cobiça norte-americana tanto sobre as antigas repúblicas soviéticas –
é sempre bom lembrar o que aconteceu na Geórgia, onde os americanos
tentaram impor um governo ao seu feitio – como as tentativas dos
sucessivos governos dos EUA de isolar a Rússia, ainda uma potência
nuclear.
O povo russo já sentiu o engodo que foi
a tal “revolução democrática”. O fosso criado entre as elites/máfias e a
classe trabalhadora.
Gennady Zyuganov,
candidato do Partido Comunista da Rússia obteve quase 18% dos votos
nessas eleições e com certeza, excluída a fraude, teria alcançado
percentuais mais altos.
Em toda a Rússia, como
em boa parte das repúblicas da antiga União Soviética e muitos países do
Leste Europeu, além da Alemanha Oriental existe e nem a mídia esconde,
uma nostalgia dos tempos do comunismo. Alemães orientais até hoje se
sentem discriminados diante dos alemães ocidentais. A queda do Muro de
Berlim foi um show midiático do capitalismo. Norte-americanos e
israelenses constroem muros em várias partes do mundo. Em território
palestino para consumar o saque sionista e na fronteira com o México
para impedir a entrada de imigrantes, sem falar em grupos de cidadãos
que defendem a pureza racial naquele país. Trabalham vinte e quatro
horas por dia vigiando a fronteira EUA/MÉXICO e matando o que chamam de
ilegais.
A integração da América do Norte no
NAFTA – Tratado de livre comércio e integração – tem mão única.
Norte-americanos excluem mexicanos da integração e acham que o Canadá é
um “México melhorado”.
A força que o Partido
Comunista grego mostra na reação ao processo de assalto que está em
curso contra o seu país assusta as forças do capital. A própria
presidente do Brasil, Dilma Roussef, criticou a forma como estão sendo
conduzidas as políticas européias para enfrentar a crise que assola
aquela Comunidade.
Espanha, Itália e Portugal
são os próximos a serem devorados no tsunami que afeta bancos europeus,
esses sim, senhores de governos e do controle do aparelho estatal
daqueles países.
Os trabalhadores são adereços.
A
crítica que norte-americanos fazem à volta de Vladimir Putin ao poder –
de onde nunca saiu, o atual presidente é um fantoche, um artifício para
driblar a constituição – não está só no fato de Putin se opor às
políticas dos EUA em relação ao Irã e ao Oriente Médio em algumas
situações. Os EUA querem mais que um presidente eleito pelo voto (com ou
sem fraude), querem um presidente dócil em todos os sentidos.
A
reação de Putin a algumas decisões dos EUA escora-se no poder ainda
guardado pela Rússia e construído na antiga União Soviética e na certeza
que o povo russo não aceitará a condição que aceitam, por exemplo, os
britânicos, posição de colônia de luxo, de base militar norte-americana.
De bucha de canhão nas guerras inconseqüentes e imperialistas dos
Estados Unidos.
Quando Mahamoud Ahmadinejad
foi reeleito presidente do Irã os norte-americanos financiaram e
chegaram a enviar mercenários – através de uma seita religiosa, prática
comum deles, é só olhar como se construíram as igrejas neopentecostais
no Brasil, por exemplo – para incentivar os protestos contra o
presidente.
O povo russo está nas ruas protestando contra a volta de Putin ao poder.
Percebendo,
cada dia mais, a farsa e o engodo que foi o fim da União Soviética. A
tragédia que se abateu sobre a própria Rússia e as nações da antiga
URSS.
Os riscos de virem a ser subjugados por um
sistema político e assim anulados diante da ameaça
terrorista/capitalista que paira sobre o mundo e se materializa na ação
predadora de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.
Nações são dissolvidas e transformadas em conglomerados, inclusive Israel e os EUA.
Bancos, grandes corporações e latifúndio dominam a cena e impõem uma ordem cruel, perversa e bárbara.
Russos
vão às ruas contra Putin não em busca de eleições que signifiquem um
presidente dócil, mas o resgate dos valores políticos, econômicos e
morais de uma grande nação.
O complexo terrorista acusa Putin, pois se lhes interessa um capacho como David Cameron, ou Ângela Merkel, ou Nicolás Sarkozy.
As
declarações do “presidente” Obama chamando Israel de “aliado
sacrossanto” têm apenas o sentido de buscar o voto sionista nas eleições
presidenciais do final deste ano. Barack Obama é candidato à reeleição e
sabe que seu governo não cumpriu à risca as determinações do complexo
que controla o país.
Israel, por sua vez, aposta
no quanto pior melhor para ampliar suas políticas terroristas em
relação a palestinos – saque e genocídio –, controle do Oriente Médio
através de ditaduras como no Egito –saiu Mubarak permanecem vários
Mubarak fardados, aliás, Mubarak era general também –, ou na Arábia
Saudita, intervenções criminosas como na Líbia, e agora a ação de
mercenários na Síria, como aposta na alta vertiginosa dos preços do
petróleo para forçar os EUA a uma guerra contra o Irã, sabendo que não
podem vencê-la e precisam do “aliado sacrossanto”.
A
“vitória” de Putin é uma bofetada no povo russo, uma nova ditadura se
mostra clara e tão cruel como qualquer ditadura capitalista, mas
desagrada ao complexo terrorista que controla o mundo “globalitarizado” –
pela força das armas – que deseja o controle absoluto.
A
China está longe de ser a ameaça que a Rússia ainda o é. O pragmatismo
chinês elimina qualquer perspectiva de construção do comunismo. É
capitalismo e o Partido Comunista Chinês e seus aliados mundo afora são
empresas, corroídos pela escolha que fizeram. O risco de uma revolta
popular na Rússia a médio prazo coloca ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A em
palpos de aranha. Daí porque a obsessiva política norte-americana de
controle das antigas repúblicas soviéticas e dos países do leste
europeu.
As ações de máfias, o tráfico de
drogas, de mulheres, a lavagem de dinheiro de criminosos, isso não
preocupa aos EUA, pois suas quadrilhas/empresas fazem os mesmo e o
dinheiro dos mafiosos é guardado em bancos cristãos e ocidentais,
inclusive o do Vaticano. É uma “preocupação” pró forma.
O
que preocupa de fato são revoltas populares à medida que povos no mundo
inteiro começam a perceber que o capitalismo é barbárie, é boçalidade.
Que trabalhadores continuam a ser as grandes vítimas desse sistema.
*Gilsonsampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário