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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 18, 2012


Filme mostra homem com Alzheimer «despertar» ao ouvir iPod; Assista o vídeo

Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do site Diário Digital, Portugal.
“Só a música salva” é um lema seguido por muitos apreciadores dos mais diversos ritmos e sons em redor de todo o mundo. Esse foi o caso do norte-americano Henry Dryer, de 92 anos, portador da doença de Alzheimer. Após ouvir uma selecção de canções que fez parte da sua vida, mudou completamente de comportamento. Antes quieto e cabisbaixo numa cadeira de rodas, Henry ficou extremamente entusiasmado após reencontrar as suas lembranças musicais.
O exemplo de Henry está num trailer para promover o documentário “Alive Inside” e mostra a extraordinária terapia musical feita com pacientes que sofrem de Alzheimer ou outros tipos de demência.
Algumas celebridades e a doença de Alzheimer
Dicas de como lidar com pessoas diagnosticadas com a doença de Alzheimer
Visto mais de três milhões de vezes, o vídeo é narrado por um trabalhador de acção social e pelo neurologista norte-americano Oliver Sacks, que explora a ligação entre a música e a memória dos que sofrem de problemas mentais degenerativos.
A história de Henry é a mais tocante. Visto primeiramente na sua cadeira de rodas, num asilo, sem responder a nenhuma questão ou estímulo, o idoso recebe um iPod cheio de músicas e grandes hits dos seus tempos de juventude. Henry rejuvenesce. “Ele fica iluminado! O seu rosto ganha expressão, os olhos abrem…ele fica animado com o que ouve”, diz Sacks. “De uma certa forma, Henry restitui-se. Lembra-se de quem é. Ele recuperou a sua identidade por alguns instantes através da música.”
“Sou louco por música”, fala Henry após ouvir as canções, demonstrando uma grande melhoria após a terapia musical. “Acho que Cab Calloway era o meu músico preferido”. A música, conclui, “dá-me o sentimento de amor”.

*deficienteciente

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