Ao
encerrar evento que reuniu forças progressistas da América Latina,
presidente boliviano lamentou que novo bloco, iniciativa dos EUA,
proponha a privatização de serviços básicos, como água e luz
Evo Morales, em São Paulo, após encerrar Foro de São Paulo: integração regional para garantir democracia e governos progressistas |
São Paulo – No Brasil
para participar do Foro de São Paulo, o presidente da Bolívia, Evo
Morales, criticou neste domingo (04/08) a criação da Aliança do Pacífico
e classificou o novo bloco como uma “tentativa dos Estados Unidos de
usarem um ou dois presidentes para dividir a América do Sul”.
“A Aliança do Pacífico
quer estabelecer o livre comércio e privatizar serviços essenciais.
Esses governos estão condenados a enfrentar os povos em seus países”,
afirmou Morales em referência a Peru, Chile, México e Colômbia.
Posteriormente, em coletiva de imprensa, o presidente boliviano também
argumentou que “os serviços básicos, como luz e água, não deveriam ser
tratados como um negócio”.
Evo Morales também deu
detalhes de seu encontro de sábado (03/08) com o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Na ocasião, o boliviano sugeriu a criação de um
“conselho permanente para defender e cuidar dos presidentes
anti-imperialistas da América Latina”.
“Temos que nos organizar
para defender os processos de libertação. Não podemos nos mobilizar
apenas quando há problemas. Propus a Lula a criação de comissões
técnicas e jurídicas para prevenir problemas que se apresentam a
governos esquerdistas e garantir o processo de mudanças na América
Latina”, argumentou. Morales veio à capital paulista pois a Bolívia é a
próxima anfitriã do Foro de São Paulo, em 2014.
Assim como Lula havia
feito na sexta-feira, o boliviano opinou sobre como os partidos de
esquerda devem fazer política. “Revolução não se faz com dinheiro, mas
com a consciência do nosso povo. Política é a ciência de servir aos
outros povos. Se nossos presidentes abusam do poder e da autoridade, se
desmoralizam. Se os partidos só pensam nas próximas eleições, estão
equivocados. Eles têm que pensar nas próximas gerações. Essa tem que ser
nossa diferença em relação aos neoliberais.”
Declaração final
Como parte do último dia
do XIX Encontro do Foro de São Paulo, três partidos foram oficialmente
integrados à organização de esquerda. São eles: Frente Guasú, do
Paraguai, Partido do Povo do Peru e Marcha Patriótica da Colômbia.
Durante os sete dias de
encontro na capital paulista, participaram do evento 1.333 pessoas,
sendo 359 estrangeiros de 39 países. Na declaração final do encontro
foram incluídos dezenas de temas, como o apoio ao diálogo de paz entre o
governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias de
Colômbia), uma denúncia contra a “sanguinária agressão das potências
ocidentais e de seus aliados regionais à Síria” e a crítica à criação da
Aliança do Pacífico, vista como uma “tentativa de sabotar a integração
regional”.
Além disso, o Foro de São
Paulo repudiou o “sequestro do avião” de Morales e a tentativa da
“direita venezuelana e internacional de questionar e desestabilizar o
mandato do presidente Nicolás Maduro”.
No RBA*comtextolivre
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