Joaquim Barbosa escondeu laudo que envolvia seu filho
O presidente do Supremo Tribunal Federal provou que não mede esforços
para conduzir a carreira do filho Felipe Barbosa. No início de junho,
ele voou com verbas da Corte para o Rio de Janeiro para assistir a uma
partida de futebol no Maracanã como convidado do camarote do
apresentador da Globo Luciano Huck e de sua esposa Angélica. Dias depois
foi revelado que Huck seria o novo patrão de Felipe Barbosa no programa
Caldeirão do Huck.
As gentilezas e troca de favores com a família Huck não pararam por ai.
Barbosa participou da gravação de um vídeo em homenagem ao aniversário
do pai do apresentador, o advogado Hermes Huck. O problema: Hermes
advoga junto ao STF e já teve um caso relatado por Barbosa (Leia aqui).
Mas segundo o blog O Cafezinho,
o presidente do STF pode ter ido muito além para proteger seu filho,
inclusive esconder um laudo de um inquérito que corria na Justiça. Leia a
informação do site:
Joaquim Barbosa escondeu laudo que envolvia seu filho
- por Miguel do Rosário
Se Barbosa é relator da ação que envolve Valério, não deveria ter mais atenção a este tema?
O grupo Tom Brasil contratou Felipe Barbosa, filho do presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para assessor de
Imprensa na casa de shows Vivo Rio, em 2010. Até poucos dias atrás,
antes de ele ir trabalhar na TV Globo com Luciano Huck, Felipe ainda era
funcionário da Tom Brasil.
Nada demais, não fosse um forte inconveniente: a Tom Brasil é
investigada no inquérito 2474/STF, derivado do chamado “mensalão”, e o
relator é seu pai Joaquim Barbosa. Este inquérito, aberto para
investigar fontes de financiamento do chamado “mensalão”, identificou
pagamento da DNA propaganda, de Marcos Valério, para a Casa Tom Brasil,
com recursos da Visanet, no valor de R$ 2,5 milhões. E quem autorizou
este pagamento foi Cláudio de Castro Vasconcelos, gerente-executivo de
Propaganda e Marketing do Banco do Brasil, desde o governo FHC.
Estranhamente não foi denunciado na AP-470 (chamado “mensalão”) junto
com Henrique Pizzolato.
Outra curiosidade é que um dos sócios do grupo Tom Brasil, Gladston
Tedesco, foi indiciado na Operação Satiagraha, sob a acusação de evasão
de divisas como cotista do Opportunity Fund no exterior, situação vedada
a residentes no Brasil. Ele negou ao jornal Folha de S. Paulo que tenha
feito aplicações no referido fundo.
Tedesco foi diretor da Eletropaulo quando era estatal em governos
tucanos, e respondeu (ou responde) a processo por improbidade
administrativa movida pelo Ministério Público.
Pode ser só que o mundo seja pequeno, e tudo não passe de coincidência,
ou seja lobismo de empresários que cortejam o poder, embora o ministro
Joaquim Barbosa deveria ter se atentado para essa coincidência
inconveniente, dada a sua dedicação ao inquérito.
Entretanto, não custa lembrar que se o ministro, em vez de juiz, fosse
um quadro de partido político, o quanto essa relação poderia lhe causar
complicações para provar sua inocência, caso enfrentasse um juiz como
ele, que tratou fatos dúbios como se fossem certezas absolutas na Ação
Penal 470. Também é bom lembrar que o ministro Joaquim Barbosa já
declarou que não tem pressa para julgar o mensalão tucano, no qual
Marcos Valério é acusado de repassar grandes somas em dinheiro para a
campanha eleitoral dos tucanos Eduardo Azeredo e Aécio Neves.
PS O Cafezinho: Barbosa manteve-se o inquérito 2424 em sigilo absoluto.
Neste inquérito, constavam documentos que podiam inocentar vários réus
da Ação Penal 470. Os documentos também envolviam, conforme denúncia da
Rede Brasil Atual, o seu próprio filho, que trabalhou numa empresa
investigada por receber R$ 2,5 milhões de Marcos Valério. Tudo muito
estranho. Ainda iremos escrever um bocado sobre isto. Aguardem.
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