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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 29, 2013

O Direito Universal à privacidade: esta é a nova vitória internacional do Brasil que a direitona fascísta e o PIG vão ter que engolir a sêco, sem fazer careta


Dilma colhe agora para o Brasil e para o resto do mundo, o resultado de sua revolta ao bradar na Assembleia Geral da ONU contra a espionagem criminosa dos EUA.


A ONU aprovou resolução sobre direito à privacidade e temas afins, inclusive na internet, apresentada conjuntamente pelo Brasil e pela Alemanha.



Dilma no comando da sexta maior potência do mundo, exerce sua liderança com acerto e altivez.
Com a aprovação de uma resolução sobre direito à privacidade e temas afins, inclusive na internet, apresentada conjuntamente pelo Brasil e pela Alemanha, na chamada Terceira Comissão da ONU, a política brasileira obteve mais uma vitória expressiva no cenário internacional. A Terceira Comissão tem por pauta temas sociais, humanitários e culturais. Também aborda temas paralelos, de acordo com sua homepage: “O progresso [social] das mulheres, a proteção da infância, temas indígenas, o tratamento dos refugiados, a promoção das liberdades fundamentais através da eliminação do racismo e da discriminação racial, o direito à auto-determinação. Também aborda questões importantes para o desennvolvimento social, como a juventude, a família, idosos, pessoas com necessidades especiais, a prevenção do crime, a justiça criminal e o controle internacional das drogas”. A resolução exorta os países membros da ONU a tomarem medidas concretas para a proteção do direito à privacidade de seus cidadãos, Diz ela: "Reafirmamos o direito à privacidade, segundo o qual ninguém deve ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, sua família, seu domicílio ou sua correspondência" A sua proposição, que já tinha sido anunciada conjuntamente pelas representações do Brasil e da Alemanha há algumas semanas, está diretamente vinculada às denúncias feitas por Edward Snowden sobre a espionagem indiscriminada, em escala mundial, praticada pela National Security Agency dos Estados Unidos e por outras agências, como a Government Communications Headquarters (GCHQ) britânica. Durante as negociações, o grupo conhecido como “Five Eyes” – “Cinco Olhos – Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá – fez pressões para que ela fosse “suavizada”. Diz o noticiário que algumas concessões foram feitas, mas que ela preservou o essencial. Em contrapartida, a resolução foi ganhando apoio entre vários países, que também patrocinaram sua apresentação, como Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Peru e Uruguai. O embaixador alemão, Peter Wittig, disse que a resolução visa disciplinar o que chamou de “efeitos colaterais” da revolução digital. E o embaixador brasileiro, Antonio Patriota ressaltou que um dos objetivos da resolução é garantir que os cidadãos possam se valer das tecnologias de comunicação “sem temer interferências indevidas”.
A resolução deverá ir ao plenário da ONU até o final do ano. A cooperação entre Brasil e Alemanha neste campo, na ONU, se acentuou depois das notícias de que também a chanceler alemã, Angela Merkel, fora espionada, assim como a presidenta Dilma. O tema está sendo analisado no Bundestag alemão que poderá ouvir diretamente Edward Snowden, através de uma delegação – que também poderá ter a participação do Ministério Público Alemão – enviada a Moscou. O tema ganhou um alcance maior na Alemanha depois que se descobriu que a fonte de escuta norte-americana em Berlim estava alocada na própria Embaixada dos Estados Unidos, não muito distante do prédio da chancelaria alemã ou da residência da chanceler, bem como do Bundestag. O mesmo acontece com a Embaixada do Reino Unido. *Carta Maior 
*militanciaviva

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