Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 21, 2013

“Nós decidimos que Lula é o presidente negro deste país”


Com a frase do título acima o reitor da faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, concedeu o Troféu Raça Negra ao presidente Lula, na segunda-feira (18), em São Paulo.

Lula agradeceu dizendo que o prêmio se destina à sociedade brasileira, responsável pelas transformações da última década no Brasil. Uma ex-aluna da faculdade foi escolhida para fazer a entrega da homenagem. Lula esteve na formatura dela, em 2008. Ela lembrou aquele momento especial e afirmou: “Oxalá possamos empossar outros presidentes com seu perfil, pois assim teremos o melhor país do mundo”.

Lula relembrou as dificuldades que enfrentou para a implementar a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a legalização de terras quilombolas. Disse que durante muitos anos os negros foram tratados no Brasil como se ainda não tivessem conquistado sua liberdade, se ocupando apenas de profissões descartadas pelos brancos. “Nós apenas não tivemos oportunidades”, afirmou ele lembrando que com programas governamentais milhares de jovens negros conseguiram ter acesso a cursos superiores.

Na ocasião, Lula recebeu o prêmio Raça Negra ao lado do presidente da Guiné, Alpha Condé, do reverendo e ex-senador americano, Jesse Jackson, da escritora, deputada angolana e filha de Agostinho Neto, Irene Neto, e do reitor da faculdade, José Vicente.

Em sua fala, o presidente Alpha Condé ressaltou a importância de se ter orgulho de ser negro e lembrou que se a África é importante para o futuro do mundo, os afro-descendentes o são para o futuro do Brasil. 

*amigosdopresidentelula

Nenhum comentário:

Postar um comentário