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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 16, 2013

Petistas calam
a Globo na porta da PF


Repórter da Globo, elegante como um banqueiro, não consegue noticiar a prisão de Genoino e Dirceu: a verdade é dura; a Rede Globo apoiou a ditadura !



O Conversa Afiada reproduz o Edu, no Blog da Cidadania:

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Petistas enfrentam Globo e Band durante protesto contra prisão de Dirceu e Genoino


Por volta das 18 horas de 15 de novembro de 2013 cheguei à sede da Polícia Federal em São Paulo. Algumas poucas dezenas de amigos, parentes e companheiros de partido de José Dirceu e José Genoino gritavam palavras de ordem contra a prisão de ambos, que estava ocorrendo no local.

Além de dezenas de repórteres e cinegrafistas, a rua em que fica a sede da PF estava congestionada pelas respectivas unidades de reportagem, automóveis e até helicópteros de meios de comunicação, que faziam imagens aéreas do protesto. Foi duro encontrar vaga para estacionar. Havia mais imprensa do que manifestantes.

Quando cheguei, Genoino já tinha passado pelos que ali estavam para apoiá-lo, fez um gesto que emocionou os que lá estavam e desapareceu dentro do complexo da PF. Dirceu ainda estava por chegar.

Aos poucos, as pessoas vieram chegando para se juntar à manifestação. Por volta das 19 horas, quando Dirceu chegou, já passavam de cem.

Protestavam pacificamente, gritavam palavras de ordem, empunhavam cartazes com frases de apoio aos dois companheiros. Todavia, alguns dos enviados pelas empresas de comunicação começaram a fazer provocações.

Um tal de “Gui Santana”, do programa Pânico, da Band, passou a acusar Dirceu e Genoino de “roubá-lo”. Entre a equipe da Globo, dois homens corpulentos se aproximavam de manifestantes e faziam piadinhas com a desgraça que ora se abatia sobre os amigos deles.



A revolta foi crescendo entre os manifestantes, mas nenhum deles perdeu a cabeça. Alguns, como este que escreve, quase chegaram lá. Um dos sujeitos corpulentos do grupo da Globo começou a fazer comentários provocativos e eu o adverti de que estava atrás de encrenca, ao que me chamou de “petista mal-educado”.

A chance para retribuir à provocação das duas emissoras, porém, não tardaria. Ninguém avançou um milímetro contra o direito dos repórteres e cinegrafistas delas, mas eles tiveram uma bela dificuldade para trabalhar. Abaixo, o momento em que o repórter Tonico Ferreira, da Globo, dava informações ao Jornal Nacional.



Durante os protestos, um motorista de uma unidade de reportagem de uma das emissoras comentou comigo que a imprensa não esperava que “tanta gente” fosse lá. Achava que Dirceu e Genoino seriam abandonados à própria sorte. E disse que ouvira tal opinião no caminho para o local.

A vendeta da mídia se consumou, mas a luta contra o que se produziu na última sexta-feira no Brasil, quando este país voltou a ter presos políticos, mal está começando. A mídia que se surpreendeu com o apoio a Dirceu e Genoino não viu nada, ainda.

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Abaixo, a versão (mentirosa) da Folha de São Paulo

FOLHA DE SÃO PAULO

16 de novembro de 2013

Quarenta pessoas dão apoio a petistas e hostilizam imprensa

DE SÃO PAULOUm grupo com cerca de 40 pessoas acompanhou as prisões do ex-presidente nacional do PT, o deputado federal licenciado Jose Genoino (SP), e do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Formado por familiares, amigos e militantes da sigla, o grupo manifestou apoio aos petistas, gritando palavras de ordem em defesa deles. O grupo chegou a hostilizar os jornalistas.

O momento mais tenso aconteceu quando o advogado do PT, Marco Aurélio Carvalho, tentou avisar a família de Genoino, que estava na calçada, que ele estava bem.

Os militantes do partido tentaram fazer um cordão de isolamento em torno dos familiares. Houve confusão e um dos militantes empurrou uma câmera contra o rosto de um cinegrafista.

Portando cartazes com frases como “Isso não é Justica, é vingança” e “O sertanejo é antes de tudo um forte”, eles gritaram “viva o PT”.

A manifestação começou por volta das 17h30 e se estendeu até a chegada de José Dirceu.

(BRUNO BENEVIDES)



Clique aqui para ler
“Dirceu: Sou um preso político”

Aqui para “STF: Genoino é ladrão !Dantas, não!”

Aqui para “Barbosa se vinga de Lula e manda prender no feriado”

E aqui para “Mensalão: uma exceção para a História”

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