Haddad: "havia uma degradação na prefeitura de São Paulo"
Mesmo sem citar o nome de Gilberto Kassab (PSD), o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez várias críticas à gestão do antecessor em entrevista publicada na Folha de S. Paulo deste domingo, salientando que encontrou a prefeitura em situação de "descalabro".
"Ouvi que a situação (na prefeitura) era a pior possível do ponto de vista ético. Havia uma degradação. Nichos instalados e empoderados. Havia uma percepção de degradação", declarou. Haddad demonstrou grande satisfação com a Controladoria-Geral do Município, criada por ele a partir da experiência da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou a máfia do ISS (Imposto sobre Serviços), na qual fiscais que cobravam propina para reduzir o valor do tributo pago para imóveis novos num esquema que fraudou a prefeitura em cerca R$ 500 milhões. "É um divisor de águas. A controladoria tem duas ou três características importantes. A primeira é a autonomia. Ela não presta contas ao prefeito, Se conseguir convencer a sociedade de que a controladoria é um marco que pode ser disseminado pelo país, terei feito o melhor para a cidade. Penso mais nisso que no cálculo político, de curto prazo.
Questionado sobre a ausência de uma investigação a seu principal secretário, Antonio Donato, citado em quatro episódios da máfia do ISS, Haddad desconversou. "O Donato acompanhou, até como secretário de Governo, os procedimentos adotados nas investigações. O fato narrado em 2008. Há fatos recentes do Ronilson Rodrigues, tido como chefe da máfia do ISS, o procurando. Isso não é negado. Ronilson entregou dois estudos à minha campanha: sobre ISS e sobre IPVA. Participou da transição, indicado pela administração anterior. Os fatos sobre a campanha de 2008 têm de ser investigados pelo Tribunal Regional Eleitoral, se o órgão julgar que deve [Donato teria recebido dinheiro dos acusados em sua campanha; ele nega]", declarou.
*JB
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