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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 08, 2013

Modelos tiram a roupa pela Consciência Negra


Cerca de 40 modelos tiraram a roupa no Rio de Janeiro em ato que celebra o mês da consciência negra

Um grupo de cerca de 40 artistas e modelos fez um ato na Zona Portuária, em frente ao Píer Mauá, onde ocorre a primeira noite de desfiles da temporada outono/inverno do Fashion Rio, na noite desta quarta-feira (6).

Durante ato, mulheres tiraram a roupa e ficaram só com calcinhas cor da pele Foto: Giovana Sanchez / G1

Segundo o diretor do grupo Palco dos Mil Sonhos, Leonidas Lopes, a apresentação é uma celebração pelo mês da consciência negra.

A apresentação ocorre um dia após a assinatura de um termo de compromisso por parte da empresa que realiza o evento, a Luminosidade, e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, recomendando uma cota de 10% de modelos negros nos desfiles.

“O termo de compromisso é uma celebração de um passo conjunto que pode trazer um espaço que ainda não há no Rio.

O desenho estético vendido pela moda não atende a proposta de consumo da maioria da população brasileira”, disse Moisés Alcuña, coordenador de políticas públicas da Educafro.

modelos consciência negra
modelos consciência negra
Ato foi realizado um dia após a assinatura de um termo de compromisso recomendando
uma cota de 10% de modelos negros nos desfiles

Giovana Sanchez
*comtextolivre

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