SP 247 - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mudou o critério de distribuição do projeto Viva Leite, que atende à população mais carente do Estado.
Antes, o programa que garante 15 litros de leite ao mês aos beneficiados atendia crianças de seis meses a seis anos e 11 meses de idade. Mas desde o dia 1º passou a atender apenas as de um ano a cinco anos e 11 meses.
O corte foi anunciado pela Secretaria de Desenvolvimento Social às prefeituras, responsáveis pela distribuição. De um total de 353 mil crianças beneficiadas no programa, 37 mil foram excluídas.
A secretaria sofreu um congelamento de 10% da verba neste ano, mas a secretaria estadual nega que o corte de leite tenha relação com a falta de dinheiro. De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o consumo de leite na faixa etária dos seis anos é tão importante quanto nas outras. "[Possivelmente] o governo precisou fazer o corte e optou pela maior faixa etária", afirma o pediatra Tadeu Fernandes, presidente do departamento de pediatria ambulatorial da entidade.
"Mas essas crianças são carentes, a desnutrição está presente, e o leite é uma fonte de vitaminas e, principalmente, de cálcio e proteínas. Ele ajuda no crescimento, na formação óssea e no desenvolvimento cognitivo."
De acordo com o médico, a criança com mais de cinco anos precisa tomar dois copos (de 200 ml cada um) por dia de leite. Para crianças menores de cinco, o ideal são três copos. Já as pequenas, abaixo de dois anos, precisam ingerir quatro copos de leite diariamente.
Outro lado
O secretário de Desenvolvimento Social do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Floriano Pesaro, afirmou que a decisão de reduzir a faixa etária dos beneficiários do projeto Viva Leite foi "técnica".
Pesaro disse que ela se fundamenta no PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), pelo qual as crianças de seis anos matriculadas já recebem alimentação suplementar nas escolas. O secretário afirmou ainda que o corte do leite para bebês de até um ano visa incentivar o aleitamento materno.
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