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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 27, 2010

2014 a Copa do Mundo de Futebol Lula faz a sua parte






Para 2014, a primeira obra é a paz nos estádios

Hoje, acho que demos um passo muito importante na preparação da Copa de 2014. Porque obras, havendo recursos, podem ser aceleradas e aprontadas a tempo. Mas o comportamento humano, esse leva tempo para ser modificado. Ao sancionar a lei que modifica o Estatuto do Torcedor e criminaliza a violência nos estádios, o presidente Lula vai ao encontro dos anseios de todo o brasileiro que gosta realmente de futebol.

A lei estabelece uma série de punições, contra os cambistas, contra a desorganização dos estádios, contra as “malas” que circulam forjando resultados e, sobretudo, regula o funcionamento das chamadas torcidas organizadas. A partir de agora, a torcida que promover tumultos nos estádios fica impedida de acompanhar os jogos por até três anos, como informa o site do jornal O Estado de S. Paulo.

O problema com as “organizadas” é que elas atraem os bons e também os maus torcedores. Quem de fato torce por seu time, agora, é também responsável por evitar que pessoas que vão aos estádios para agredir e brigar possam agir sob a “proteção” da bandeira dos clubes que, em alguns casos, até estimulam este comportamento. As torcidas organizadas terão cadastro e seus membros (e seus clubes) responderão coletivamente pelos prejuízos causados por atitudes de vandalismo e agressão.

A lei também formaliza a proibição de coisas que há muito tempo deveriam estar longe dos gramados: fogos de artifício, cartazes e cânticos racistas e ofensivos, além das invasões de campo.

O torcedor no estádio quer poder voltar aos estádios, quer ir acompanhado da família, dos filhos pequenos. É verdade que a situação já vinha melhorando, mas infelizmente ainda há muitos estádios onde o clime de violência e insegurança ainda não permite isso.

O povo brasileiro sempre fez do futebol uma paixão. Temos, agora que faltam quatro anos para sediarmos a maior competição futebolística do mundo, de trabalhar com afinco para que, dentro e fora do campo, um jogo de futebol seja sempre um espetáculo de técnica, arte e alegria.

dotijolaço

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