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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 29, 2010

Obama retorna negociação com Irã









DEPOIS DE CRITICAR LULA, SERRA CONDENARÁ OBAMA POR RETOMAR NEGOCIAÇÕES NUCLEARES COM O IRÃ?

Aspas para o Departamento de Estado norte-americano, nesta 4º feira: "...os Estados Unidos estão dispostos a discutir com o Irã um plano de fornecimento de combustível para um reator de pesquisas médicas em Teerã em troca de parte do urânio baixamente enriquecido no país..." Não custa lembrar, porque a mídia demotucana fará isso com a máxima má vontade, os termos sinalizados pelo Departamento de Estado norte-americano são semelhantes aos parâmetros negociados em 18 de maio pelos governos do Brasil, Turquia e Irã.
(Carta Maior; 29-07)

O atoleiro dos EUA no Afeganistão

A cada dia, a série de matérias publicadas pelo jornal inglês The Guardian, com base nos mais de 90 mil documentos secretos publicados pelo site Wikileaks vão revelando não apenas a brutalidade do conflito que se arrasta há quase uma década no Afeganistão como, incontestavelmente, os Estados Unidos estão metidos num atoleiro que em nada difere dos que tragaram ali o exército britânico, no século 19, e o soviético, nos anos 80.

Veja este impressionante gráfico sobre o número de atentados com artefatos explosivos – associados ou não a armas de fogo, granadas ou foguetes - ocorridos entre 2004 e 2009, quando os EUA decidiram iniciar uma ofensiva contra a resistência afegã.

O maior exército do mundo, com as mais sofisticadas armas do mundo faz um cerco cada vez mais intenso aos rebeldes afegãos – talibãs ou não. E o resultado desta “guerra ao terror” é só mais terror e instabilidade para a população afegã.

A resposta dos EUA a essa situação, se continuar a ser mandar prender quem divulga as informações verdadeira sobre o que está ocorrendo ali, é a resposta daquilo que a sabedoria popular chama de “o pior cego”: aquele que não quer ver.

dotijolaço

O ping-pong do Irã

Por Homero


"Então, entrar na contramão internacional e se meter com o regime Ahmadinejad num acordo que ninguém levou a sério, pode."

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5+3?
A agência russa RIA Novosti noticiou que a União Europeia vai discutir com EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha, o chamado grupo 5+1, "a proposta do Irã de incluir Turquia e Brasil nas negociações sobre seu programa nuclear". Foi o que anunciou a chanceler da UE, em Bruxelas. O "Moscow Times" acrescenta que "a Rússia quer a presença de Turquia e Brasil".



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