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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 26, 2010

A peleja do diabo com o Dono do Céu






A peleja de Serra com a verdade de Dilma

Hoje li no que Serra terá 270 pessoas trabalhando na comunicação de sua campanha, enquanto Dilma terá Lula como apresentador de seu programa, mostrando-a como a responsável pelas grandes obras de seu governo e a garantia de que os programas sociais, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, prosseguirão intocados, só admitindo a inclusão de mais gente.

Como diria o Zé Ramalho, é “a peleja do diabo com o dono do céu”. A luta das mentiras e acusações, que precisarão de centenas de pessoas para tentar transformá-las em verdades para iludir a população, contra o irrefutável avanço do país nos últimos oito anos, a melhoria de vida do povo, a redução da desigualdade e a interrupção da venda do patrimônio público do país.

Segundo a matéria do Estadão, o programa de Serra na televisão pretende explorar temas sociais, mas como o tucano jamais ligou para isso, seus marqueteiros vão apelar para a criação do FAT e dos genéricos, cuja autoria já se provou que não foi de Serra. Ou seja, a campanha de Serra insisitirá na disseminação de inverdades, como fez até aqui, numa estratégia rasteira que em nada contribui para o avanço político do país.

Serra evidentemente se apóia na política como espetáculo, recorrendo a recursos da marquetagem, como “focus groups tradicionais e com estímulo usando o perception analyzer, espécie de joystick que o eleitor move de acordo com sua opinião sobre um tema”, ainda de acordo com o Estadão.

É muita roupagem para ocultar a falta de conteúdo. Pode até ser que Dilma se valha dos mesmos recursos tecnológicos, mas tem a seu lado uma coisa muito simples que não tem tecnologia que resolva: a verdade do seu discurso. Ela não precisa inventar nada de mirabolante e não realizável. Basta se ater ao que foi feito no governo Lula e assumir o compromisso de levar adiante esse projeto para o povo saber em quem votar. Dilma é a candidata do governo e assim se assume. Ao contrário de Serra, que se envergonha até de se dizer da oposição.

O povo brasileiro, sofrido depois de tantos anos relegado ao esquecimento, viu um governo preocupado com seu destino e não veio de longe para se enganar, como diz Zé Ramalho na forte, política e bela canção, cujo vídeo posto abaixo para a gente curtir em meio à tempestade eleitoral.

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