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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 25, 2010

israelo-estadunidense massacram






Cloaca Máxima



A invasão e ocupação do Iraque, Afeganistão e Palestina estão servindo para desmascarar os ditadores que sempre governaram aquela região.

Reis ou presidentes são na verdade senhores feudais com o hábito de transformar a brutalidade em ciência e o assassínio de inocentes em sua razão de ser.

Tudo em nome de uma pátria que eles não titubeiam em vender ou abandonar assim que ouvem o primeiro disparo.

Talvez agora as coisas comecem a mudar de fato, pois o povo está aprendendo que só pode contar consigo. Fato, aliás, que os palestinos aprenderam depois de décadas de sofrimento e humilhação.

Por isso eles incomodam tanto e por isso são tão temidos pelos governantes árabes e seus protetores israelenses e americanos.

Vítima da cloaca máxima denominada ONU, cuja existência serviu apenas para a criação do Estado de Israel, o povo palestino continua só em sua luta para recuperar a dignidade, sua e da humanidade.

Essa humanidade omissa e passiva que não consegue enxergar dois passos à frente.

O que querem os palestinos? Justiça, apenas justiça.

E disso a ONU não pode se omitir já que ela foi a responsável pela partilha da Palestina em dois Estados.

Apesar de serem os habitantes milenares da região com um número infinitamente superior aos europeus que ali desembarcaram, coube aos palestinos pela Resolução 181 da ONU apenas 47% do país. Mas eles jamais conseguiram isso nem mesmo quando aceitaram os Acordos de Oslo, que lhes ofereciam apenas 22%.

Mais tarde os palestinos foram acusados de intransigentes porque se recusaram a aceitar o Plano Barak, que lhes oferecia apenas 17% do território.

Mapa da Palestina: antes e depois da divisão

E agora, o governo israelo-estadunidense quer que eles aceitem apenas 7% do território a que têm direito.

Israel oferece essa excrescência e depois os acusa de não quererem negociar.

E o que a cloaca máxima denominada ONU diz disso tudo?

Só dando descarga para ouvir.

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