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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 30, 2010

É deplorável. E gabeira isolado







Requião ofende travestis

Em defesa de Serra, FHC, Ronaldo e dos travestis
Blog do Rovai

O ex-governador Roberto Requião fez uma “piada” hoje no seu twiter e que de repente passou a ser retuitada na base da galhofa por outras pessoas que apóiam Dilma e defendem o governo Lula.

Tudo tem limites e atitudes como essas precisam ser condenadas.

A piada de Requião é:
Este Ronaldo precisa parar de andar com TRAVESTIS. Toma jeito menino !!!

O comentário se refere à foto aí ao lado, que foi publicada no tuiter de José Serra.

Não se pode aceitar que uma pessoa com a experiência política de Requião continue a tratar travestis como se fossem a escória da sociedade ou algo deplorável. É esta a mensagem subliminar da suposta piada.

Ele não gosta de Serra e FHC e pelo que parece os considera más companhias. Ok. Esta é sua opinião. Teria todo o direito de criticar Ronaldo e os outros jogadores que participaram do evento fazendo uma crítica política. Fazendo o debate que se espera de alguém com mais de 30 anos de vida pública.

Mas não. Preferiu atacar um grupo social que sofre todo tipo de preconceitos e violências para tentar desmoralizar Ronaldo, Serra e FHC.

Um grupo social que não tem políticas públicas que permitam exercer sua cidadania com dignidade. Que sofre ataques violentos na rua, que é humilhado em postos de saúde, que tem enormes problemas para conseguir um emprego e para freqüentar escolas. Tudo isso muito em decorrência de gente que faz “piadas” como as de Requião

É deplorável.

Quem acha graça e passa uma bobagem dessas para frente acaba chafurdando na mesma lama.

A manifestação de Requião precisa ser condenada pelos grupos LGBT.

Ter lado na política não significa engolir tudo que venha de alguém que porventura num dado momento histórico esteja no mesmo lado que o seu.

Gabeira aparece isolado em pesquisa Ibope

Isolado em segundo, claro. 12 pontos na frente do terceiro.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição, seria reeleito se as eleições fossem hoje, segundo informações da pesquisa Ibope divulgada na noite desta sexta-feira. Cabral aparece com 58% das intenções de voto, contra 14% do seu principal adversário, Fernando Gabeira (PV).

Ainda de acordo com o levantamento, Eduardo Serra (PCB) tem 2%, e Cyro Garcia (PSTU) e Fernando Peregrino (PR) estão com 1%. Jefferson Moura (PSOL) não pontuou na pesquisa. Os entrevistados que não sabem quem escolher somam 11%, enquanto 12% pretendem votar nulo ou em branco. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa Ibope foi realizada entre os dias 27 e 29 deste mês. Ao todo, foram realizadas 1.204 entrevistas.

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