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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 30, 2010

Protógenes perseguido






Polícia Federal ignora o Supremo
e persegue Protógenes (de novo)


Pelo jeito, o Dr Corrêa obedece ao Supremo seletivamente. Ele pode



Policiais federais, em grupos de dois, fizeram três sucessivas tentativas de entregar notificações na casa do ínclito delegado Protógenes Queiroz, hoje, em Guarujá, São Paulo.

Protógenes não está em casa, mas em Lavras, Minas, em solenidade em defesa da liberdade de expressão.

A empregada se recusava a deixar que entrassem e o zelador também.

Numa das tentativas, os policias tentaram entrar à força, na suposição de que o delegado se escondesse em casa.

Houve um confronto entre os policiais e o zelador.

Não se trata de uma cena do regime militar.

Nem da Alemanha nazista.

Mas, do Brasil de 2010.

E da Polícia Federal do Dr Correa, aquele que ainda não achou o áudio do grampo.

São cinco novos procedimentos disciplinares.

No total, Protógenes responde a mais de 20 “procedimentos disciplinares”, desde que, por duas vezes, prendeu o passador de bola apanhado no ato de passar bola, o banqueiro condenado Daniel Dantas.

O Procedimento # 364 é por conta de um discurso num ato do MST.

Procedimento # 362, por uma entrevista à revista Caros Amigos.

Procedimento # 363, por mencionar fatos não confirmados, dúbios, no relatório da Operação Satiagraha.

Procedimento # 310, por causa da presença de jornalistas na Operação Satiagraha, matéria que está sob julgamento no Forum Criminal de São Paulo.

E, por último, por hoje, o Procedimento # 311 – veja a ilustração – pelo suposto – diria a Folha (*) – compartilhamento de dados com a ABIN.

Interessante, o Dr. Corrêa.

Ele já levou o Supremo Tribunal Federal mais a sério – especialmente durante a Suprema Presidência do Supremo Presidente Gilmar Dantas (**).

(Clique aqui para ler “Justiça arquiva ação de Gilmar contra PHA”)

(E aqui para ler “Presidente do Supremo perde ação na Justiça – o que significa isso ?”)

Se o Dr. Corrêa levasse o STF mesmo a sério, ele se lembraria de voto lapidar do Ministro Carlos Alberto Direito, que considerou perfeitamente legal o compartilhamento dos dados da Policia Federal com a ABIN, no âmbito da Satiagraha.

Mas, parece, o Dr. Corrêa obedece ao Ministro do Supremo que lhe dá na telha.

Interessante também que o Dr. Corrêa, para cada procedimento que move contra o ínclito delegado Protógenes Queiroz, envolve três delegados, um escrivão e 4 agentes.

Isso significa que, para “proceder” o ínclito delegado Protógenes Queiroz ele já mobilizou mais funcionários da Polícia Federal do que colocou à disposição do ínclito delegado, ao logo de cinco anos, para investigar o Daniel Dantas.

Em lugar de investigar crime do colarinho branco, ele persegue quem investiga crime do colarinho branco.

Interessante, o Dr. Corrêa.

Quem manda nele ?

Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Clique aqui para ver como um eminente colonista (***) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.

(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (****) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(****) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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