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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 16, 2014

Cadeira movida a energia solar permite que deficientes entrem no mar na Grécia

Uma equipe de cientistas criou uma cadeira especial na Grécia para que os deficientes físicos possam entrar e sair da praia sozinhos. O aparelho é tão interessante que virou tema de documentário.
Chamado de Seatrac, o dispositivo possui patente europeia e americana. É uma alternativa para a falta de infraestrutura do país em receber a população e até mesmo os turistas que também querem desfrutar das praias.
Já foi vendido para diversos municípios que instalaram o equipamento nas praias gregas. Entretanto, uma matéria na Reuters relata a falta de apoio das autoridades locais para apoiar a implantação do projeto nas cidades, uma vez que é preciso construir uma rampa do calçadão até água.
Além disso, há falta de respeito da própria população que bloqueia a passagem com veículos, utiliza as rampas como trampolim de mergulho ou rouba os painéis solares instalados. O engenheiro Ignatios Fotiou, um dos inventores do Seatrac, afirmou que a falta de apoio era semelhante à “construção de um apartamento de cobertura sem um edifício embaixo dele”.
Além de Fotiou, o aparelho foi desenvolvido por Nikos Logothetis e Gerasimos Fessian. A invenção do trio ganhou fama com a competição do Vimeo em que foram inscritos mini documentários sobre inovações que podem ajudar as pessoas a viverem com mais qualidade de vida.
Assista ao documentário:

*deficienteciente

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