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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 20, 2014

OAB PROCESSA ADVOGADO QUE QUER CASSAR REGISTRO DE DIRCEU





Paulo Fernando Melo da Costa, de Brasília, foi acusado pelo conselho nacional da Ordem dos Advogados do Brasil de arranhar a imagem da instituição ao criticar a demora na apreciação de seu pedido de cassação do registro profissional de José Dirceu; o advogado considerou "protelatória" a decisão do conselho da Ordem de repassar o pedido à seccional de São Paulo, que emitiu o registro de Dirceu

Brasília 247 – O conselho nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu processar administrativamente o advogado Paulo Fernando Melo da Costa, que solicitou à ordem a cassação do registro profissional do ex-ministro José Dirceu, que está preso na Penitenciária da Papuda.

A Ordem alega que Melo da Costa arranhou a imagem da instituição ao criticar a demora na apreciação de seu pedido. O advogado, que atua em Brasília, alega que está sendo perseguido pela OAB.

Na última segunda-feira, o Conselho Federal da OAB decidiu que caberia à seccional paulista da instituição a decisão de cassar ou não o registro de Dirceu. A OAB nacional, que recebeu o pedido de cassação em novembro do ano passado, havia repassado o caso primeiramente para a seccional do DF, que justificou que não caberia a ela. Na avaliação do Conselho, o pedido precisa ser analisado em São Paulo porque é o estado que emitiu o registro do ex-ministro.

O advogado alega, para a solicitação, que a idoneidade é um dos requisitos para a manutenção do registro e, como Dirceu foi condenado no julgamento da Ação Penal 470, não deveria ter direito a ele. Outro argumento é de que o advogado com direitos políticos suspensos não pode exercer a profissão. Ele afirmou ter feito considerações sobre a demora e que considerou a decisão de transferência do caso "protelatória".

"Eu disse que achava que estava demorando, que achava protelatório ter enviado primeiro à seccional do Distrito Federal porque o registro dele é de São Paulo. O relator disse que feri o código de ética e mandou abrir processo contra mim. Sou filiado ao PSDB, e acham que fiz isso por motivação partidária. O Zé Dirceu torce para o Corinthians e eu sou Botafogo. Eu poderia ser filiado a qualquer partido ou não ser filiado a nenhum", disse, ao portal G1.
* Blog Justiceira de Esquerda

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