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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, março 15, 2014

Forbes esclarece viral que colocava Lula entre bilionários do ano

Artigo explica metodologia do cálculo para ranking dos mais ricos do mundo e lembra que ex-presidente não está na lista; capa falsa com petista circula na internet desde 2012


Lilian Venturini - O Estado de S.Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está entre os bilionários da lista dos mais ricos do mundo elaborada pela revista Forbes. Um artigo publicado no site da revista nesta sexta-feira, 23, ajuda a esclarecer informações que circulam pela internet desde 2012 que atribuem ao petista uma fortuna de US$ 2 bilhões.
Veja também:
link Leia a íntegra do artigo publicado na Forbes (em inglês)
link Eike Batista é rebaixado na lista dos mais ricos da ‘Forbes’

Uma suposta edição traz Lula na capa da revista. A imagem foi republicada em diversos blogs desde maio do ano passado. "Um leitor querido me perguntou se a Forbes investigou a fortuna de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil. Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para explicar metodologia Forbes 'para compilar fortunas", começa o artigo, assinado por Ricardo Geromel. Em março, a revista publicou a nova relação dos mais ricos, que não traz o petista entre os listados.
O autor explica quais os bens são considerados, como é verificado o patrimônio declarado pela personalidade e enfatiza que Lula não está entre os bilionários já identificados pela publicação. "Eu gostaria de destacar que, embora existam alguns bilionários que são os políticos, Lula não é um deles", afirma. Ele cita como exemplos de políticos o presidente do Chile, Sebastian Piñera (US$ 2,5 bilhões) e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg (US$ 27 bilhões). No texto, o autor lembra as palestras feitas por Lula após deixar a Presidência. Por uma delas, o ex-presidente teria recebido US$ 100 mil por uma exposição de 50 minutos. Mesmo assim, conclui o jornalista, "não há evidência que sugira que Lula esteja perto de se tornar um bilionário".
O ex-presidente já figurou em rankings feitos pela Forbes em anos anteriores mas na categoria das "pessoas mais poderosas do mundo", que não leva a renda em consideração, mas critérios como influência e atividade exercida. O texto também desmente os rumores de que o filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, Lulinha, tenha se tornado um bilionário.
Segundo o autor, dos 46 brasileiros listados pela revista no último ranking, a personalidade "mais ativa" na área política é o empresário Guilherme Leal (US$ 1,8 bilhão), que em 2010 disputou as eleições presidenciais como vice-candidato da ex-senadora Marina Silva. Além dele, apareceram na lista de março deste ano figuras como o apresentador de TV Silvio Santos, o empresário Antonio Ermírio de Moraes e o bispo Edir Macedo.
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